Para aumentar a cobertura da vacinação contra o Vírus Papiloma Humano (HPV), pais de alunos de 9 a 14 anos das escolas públicas e privadas de Santa Cruz do Sul começaram a receber cartas lembrando que os filhos podem ser imunizados. O documento reitera às famílias que a vacina – de dose única, disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) – é segura e previne seis tipos de câncer.
Dos 3.636 alunos de 9 a 14 anos das escolas estaduais de Santa Cruz, 2.677 (78,25%) receberam a vacina. Ao todo, 791 (21,75%) não foram imunizados. Na área de atuação da 6ª Coordenadoria Regional da Educação (6ª CRE), 2.573 dos 11.847 alunos (21,72%) não receberam a vacina. Já o número de estudantes protegidos é de 9.274 (78,28%).
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A cobertura local é superior à do Estado, de 70,40%. Ao todo, 91.646 alunos (29,6%) de 309.659 não tomaram a vacina. O município foi o primeiro do Rio Grande do Sul a receber o levantamento com as informações dos que podem ser vacinados. O trabalho foi realizado por meio do cruzamento de dados da matrícula escolar com o programa nacional de imunizações.
A ação inédita foi consequência da iniciativa da presidente da Associação de Prevenção do Câncer de Colo Uterino (Apcolu), ginecologista Denise Müller. Ela foi em busca dos dados obtidos por meio de um acordo de cooperação entre as secretarias de Saúde do município e Estado.
Denise é autora do programa Imuniza Escola, instituído neste ano pelo governo gaúcho. O objetivo é retomar a alta cobertura vacinal de crianças e adolescentes com o apoio das escolas e equipes de saúde. Conforme a médica, a imunização diminui a incidência de cânceres diretamente relacionados ao HPV em locais como boca, garganta, pênis, vulva, vagina, verrugas genitais e ânus.
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De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer, o Rio Grande do Sul é o quarto estado com maior número de casos de câncer de colo de útero no Brasil. Somente em 2023, foram 1.420 casos da doença foram registrados.
Em Santa Cruz do Sul, o Ministério Público e a Prefeitura, por meio da secretaria de Saúde, somaram forças com a Apcolu para elevar a vacinação de crianças e adolescentes. Na semana passada, a presidente da associação reuniu-se com a promotora da Infância e Juventude, Danieli de Cassia Coelho, e o diretor de ações e programas de saúde, Daniel Fernando Cruz, para falar da ação.
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A promotora destacou a necessidade de desmistificar tabus em torno da imunização e vencer as barreiras impostas pelo movimento antivacina. “Não podemos nos omitir, porque é muito pouco o que os pais têm que fazer. Nós queremos que as pessoas se conscientizem e cumpram seu papel de pai e mãe”, disse.
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Apesar da disponibilidade da vacina nos postos, Cruz destacou que muitas famílias não buscam a imunização por preconceito. E o trabalho proposto pela Apcolu contribui para enfrentar essa questão, enfatizando aos pais a necessidade de imunizar os filhos.
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A vacinação, segundo Denise, é uma das medidas para erradicar o câncer de colo uterino. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como meta imunizar 90% das crianças e adolescentes de 9 a 14 anos para extinguir os casos.
Para a médica, as famílias que receberem as cartas precisam entender que se trata de um cuidado com os filhos. “É uma atenção que tanto o governo municipal quanto estadual estão tendo com as crianças e adolescentes. Porque é para lembrar do que muitos esquecem. No momento que eles entenderem que é uma vacina contra o câncer, como não vão dar aos filhos.”
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