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Ernesto Hennig: dono do primeiro automóvel de passeio de Sinimbu

Na coluna anterior, contamos que Ernesto (Ernest) Hennig, morador de Sinimbu, então distrito de Santa Cruz, em 1943 comprou um leão-baio (puma) para o seu minizoológico. A história despertou curiosidade e buscamos mais informações sobre ele. Filho do conselheiro municipal, banqueiro e empresário Augusto Hennig, Ernesto nasceu em Sinimbu, em 1891. Rico e solteirão, era um dos partidos mais cobiçados da região. Mas as mães queriam suas filhas longe  dele, pois tinha fama de mulherengo. E dava motivos para isso. Dono do primeiro automóvel de passeio da localidade, seguidamente desfilava pela vila sentado no banco de trás, com uma garota de cada lado. E o motorista também dirigia acompanhado. Chocadas, as senhoras mandavam as jovens saírem da janela.

Em certa ocasião, viajou para a Alemanha e convidou uma amiga para acompanhá-lo. O Correio do Povo noticiou que “Ernesto Hennig embarcou com a senhorita fulana de tal para a Europa”. Ao ler a informação, o pai Augusto comentou com a esposa Rosalina, em tom de brincadeira: “Veja só! Nosso filho casou e nem ficamos sabendo.”

Pedidos de compra de animais vinham até com valores
Anúncio em estilo gótico, no Kolonie, chamava a atenção

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Apreciador da natureza, criou um minizoológico particular na sua chácara de 40 hectares. Reunia micos, bugios, jaguatirica, porco-do-mato, um puma e pássaros das mais variadas espécies. Ele colocava anúncios no jornal Kolonie para adquirir animais. No topo do morro mais alto da vila, que ficava dentro da área, construiu uma cabana, onde gostava de permanecer, ajudando os caseiros nos cuidados da bicharada.

O sobrinho Fernando Hennig recorda que o tio (falecido em 1962) foi muito estimado. Tinha uma bandinha e sentia prazer em reunir os amigos (e amigas) para cantorias e festas. Gostava de música, possuía uma eletrola (coisa rara na época!) e uma coleção de discos  importados.
Ernesto foi um “bon vivant”, um “bom camarada”. Viajava bastante e aproveitava a vida. Talvez por conhecer várias cidades grandes, não seguia muito as regras e as normas da conservadora vila de Sinimbu.

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Guilherme Bica

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