A cena da música e da cultura no Brasil vivencia nesta terça-feira, 22, um tremendo silêncio: partiu ninguém menos do que o Tremendão Erasmo Carlos, um dos maiores nomes da história da MPB, alguém que não só viveu profundamente a fase de ouro da efetivação do rock’n’roll no País como foi responsável direto por essa guinada, nas décadas de 1960 e 1970. Erasmo partiu aos 81 anos.
Nascido na Tijuca, na Zona Norte do Rio, Erasmo Esteves, seu nome de batismo, cresceu, literalmente, ao lado de outros garotos de ouro da música brasileira, como Sebastião Maia, ou Tim Maia, que, afinal, foi quem ensinou o Tremendão a tocar violão. E eram da turma igualmente Wanderléa, Jorge Ben Jor, Wilson Simonal e, claro, como não mencionar de imediato, o Rei Roberto Carlos. E, a bem da verdade, Erasmo adotou o “Carlos” no nome artístico justamente para sugerir essa parceria “de irmão” com o eterno companheiro de composição, o capixaba Roberto.
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Erasmo se transformou num multiinstrumentista e compositor de primeira grandeza, tendo assinado, sozinho ou em dupla com Roberto ou ainda com outros artistas, algumas das maiores pérolas da MPB em todos os tempos. A partir de 1965, quando surgiu o disco A Pescaria, até 2022, já pós-pandemia e no processo de retomada dos shows pelo país, com o trabalho “O futuro pertence à… Jovem Guarda”, esteve em dezenas de projetos e trabalhos. Em estúdio, ou em gravações ao vivo, bem como nas aparições no cinema, com os clássicos “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa”, em 1970, e “Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora”, no ano seguinte, a imagem dele se firmou para sempre no imaginário do povo brasileiro.
Erasmo nascera em 5 de junho de 1941, no Rio, pouco mais de um mês depois de Roberto Carlos, este em 19 de abril, mas em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo. No ano passado, Roberto e Erasmo agitaram o mundo cultural brasileiro ao comemorarem, em sequência, os 80 anos de vida. E foi no contexto das comemorações dos oitenta que Erasmo iniciou em Porto Alegre, no dia 27 de novembro de 2021, a turnê “O futuro pertence à… Jovem Guarda”.
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Em um Auditório Araújo Vianna muito animado e em franca expectativa, um Erasmo oitentão, ainda um pouco vacilante no início, redescobria no mundo pós-pandemia como era a relação com os fãs em um show. Desfilou grandes sucessos, como “Festa de Arromba” e “Gatinha Manhosa”, e emendou com pérolas de outros artistas, como “Estou Guardando o Que Há de Bom, em Mim”, da dupla Os Vips. Foi uma oportunidade para o público saciar a saudade de ouvir e ver Erasmo ao vivo no palco. Algo que, lamentavelmente, já não será mais possível, agora que partiu. A Gazeta esteve lá, prestigiou aquele magnético show de Erasmo, e o contou para os leitores da Gazeta do Sul e do Portal Gaz.
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Em 2017, esteve em Santa Cruz
Foi em uma sexta-feira, no auditório da Unisc, em uma promoção do Sesc, que Erasmo Carlos animou uma plateia santa-cruzense. Na época, tinha 76 anos. Naquela oportunidade, o público pode ver um Erasmo bem-humorado, de voz doce e cenho franzido. Ele tocou por uma hora e meia e posou para fotos com quem não se conteve e saltou para a beira do palco.
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Agora, é no céu que Erasmo haverá de promover muitas festas de arromba, agitando com o inconfundível rock’n’roll aquelas plagas.
*Colaborou o jornalista Pedro Garcia
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