Em meio às consequências da enchente para centenas de pessoas, além do apoio na reconstrução de seus lares, outro aspecto se tornou motivo de atenção: a saúde mental. Em Santa Cruz do Sul, equipes da Secretaria de Saúde passaram a oferecer suporte para evitar que a tragédia deixe sequelas que prejudiquem as pessoas atingidas.
De acordo com o titular da pasta, Fabiano Dupont, quem sofreu com as cheias está tentando assimilar toda essa dificuldade. “Vai muito além de uma questão material, trata-se de um momento de muito abalo emocional acima de tudo. Nesse sentido, é fundamental darmos todo o apoio necessário aos necessitados”, afirma.
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Em função disso, passou a ser oferecido suporte imediato à população. “A prefeita Helena nos pediu uma força-tarefa, mobilizando nossos profissionais em saúde mental, tanto na área de psicologia como na psiquiatria, para que estivessem muito presentes nesse momento tão incomum e tão desafiador”, disse ele.
A primeira medida foi a implantação de um Plantão Psicológico no Espaço Assemp, para realizar atendimentos às pessoas vítimas das enxurradas. O mesmo local também conta com equipes médicas e de enfermagem.
Conforme a coordenadora municipal de Saúde Mental, Taís Giordani Pereira, o trabalho dos profissionais da psicologia consiste em realizar uma busca ativa nos alojamentos, levando informação aos moradores e oferecendo todo o serviço que a rede municipal dispõe.
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“São pessoas que encontram-se muito fragilizadas. É fundamental que neste momento elas recebam suporte em todas as áreas, seja na saúde, no social, na alimentação. E nosso papel enquanto profissionais da saúde mental é nos disponibilizarmos para a escuta, mas sem sermos invasivos e questionadores, de forma a não fazer a pessoa reviver os eventos traumáticos”, explica Tais.
Ainda segundo ela, além das visitas nos alojamentos, no Espaço Assemp também é prestado atendimento individual em um ambiente protegido. Até o momento, 57 acolhimentos foram realizados e nove pessoas recebem acompanhamento.
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Atuando no atendimento às vítimas das enchentes, a psicóloga Cristiane Sauaressig avalia o que presenciou durante as escutas. “É um momento de luto para essas pessoas. E o luto tem várias fases até haver a aceitação dos fatos, apaziguamento da dor e recuperação da energia psíquica para continuar a vida”, afirma. “Nesse momento, a preocupação com a saúde mental está em acolher as necessidades básicas, tanto físicas quanto emocionais, e avaliar o grau de sofrimento para que possamos, de forma interdisciplinar, promover o cuidado das vítimas.”
Ainda de acordo com ela, a perda da moradia representa um prejuízo significativo. “A casa é nosso referencial, de onde partimos e para onde voltamos. O choque emocional ao se depararem com a inexistência, ou destruição desse referencial, envolve uma mistura de emoções e sentimentos que temos acolhido com frequência em nossos atendimentos.”
Algumas instruções sobre os primeiros cuidados psicológicos:
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