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SANTA CRUZ

Equipes de escolas municipais recebem treinamento para uso do botão de pânico

Foto: Isadora Oliveira

Em Santa Cruz do Sul, a comunidade escolar agora conta com mais um recurso para prevenção de crimes violentos como o que ocorreu em Santa Catarina, na semana passada, causando apreensão em todo o país, de Norte a Sul. Além do videomonitoramento eletrônico 24 horas nas escolas da rede municipal, com câmeras que possuem recurso de reconhecimento facial, da determinação de manterem os portões fechados, da ronda escolar e das múltiplas ações do Pacto Santa Cruz Pela Paz, agora os estabelecimentos de ensino fundamental e da educação infantil passam a contar também com um dispositivo de socorro imediato: o botão de pânico.

O aplicativo, desenvolvido pela empresa DGT Tecnologia, foi apresentado nesta sexta-feira, 14, no auditório da PGM, pelo diretor da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmob), Tiago Baggiotto, aos profissionais da educação, que ficarão responsáveis pela operação em caso de emergência. Durante a manhã, eles conheceram o recurso e a forma correta de utilizá-lo.

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O acesso é simples e a ferramenta é funcional e de uso intuitivo. Em segundos após acionado, o botão emite um alerta no Centro Integrado de Comando e Controle (CEICC), sediado na Sesmob, e imediatamente são acionadas as equipes da Guarda Municipal e das demais forças de segurança para irem até a escola.

Segundo o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis, o botão de pânico foi desenvolvido em tempo recorde, e se soma a diversos outros recursos que estão gradativamente sendo implantados para segurança da população. “Toda medida de segurança é importante, embora não exista prevenção 100%. Nós sabemos o que estamos fazendo e estamos tomando providências efetivas, dentro do nosso alcance e da razoabilidade”, disse.

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Reis disse que o episódio de Santa Catarina expôs a ferida da segurança escolar e trouxe pânico à comunidade, mas lembrou que o episódio foi uma ação pontual e que não é razoável permitir que o desespero tome conta. “Desespero não resolve as coisas. Sabemos que o momento é delicado, mas vocês não estão sozinhos, têm muita gente preocupada e trabalhando com força total para resgatar esse sentimento de segurança”, afirmou.

Durante a capacitação, a prefeita Helena Hermany levou uma palavra de conforto aos profissionais das escolas. Ela frisou que não são ações pontuais que vão garantir segurança, mas uma gama de medidas, especialmente as que têm como foco a prevenção. “É complicado atribuir aos professores a responsabilidade pela segurança nas escolas, temos que mudar essa mentalidade, a começar pelas famílias. Hoje estamos aqui para ouvir, de coração aberto, porque temos que fazer as coisas em conjunto”, disse.

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Medo

Para a diretora Lucênia Pohlmann, da Emef Guido Herberts, do Bairro Várzea, os últimos dias foram de muita apreensão. Segundo ela, a direção da escola recebeu uma profusão de mensagens de professores e alunos assustados com áudios contendo ameaças de possíveis ataques a estabelecimentos de ensino, que circulam nas redes sociais. “Muitos pais disseram que não mandariam seus filhos à escola, estão com muito medo”, contou ela.

Nos últimos dias, a diretora afirmou que os profissionais estiveram concentrados em um trabalho de acolhimentos a pais e alunos e de disseminação de informações quanto aos recursos de segurança que já existem nas escolas. “Agora recebemos com alegria também este recurso, ainda mais com a explicação do secretário Reis de que é eficaz e de imediato atendimento”, disse.

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No entendimento do secretário municipal de Educação, Wagner Machado, os pais têm nas mãos uma grande ferramenta: o diálogo. “Não estamos agindo por causa do que ocorreu, esse botão foi antecipado, mas já estava em teste há bastante tempo”, afirmou. Ele aconselha os profissionais a não caírem no pânico e no caos, mas a ajudarem a acalmar pais e alunos. “Orientem os pais para que conversem com os filhos, para que ensinem eles a se protegerem, a reconhecer comportamentos suspeitos e avisarem a direção e os professores acerca da presença de pessoas estranhas”.

Para o secretário, agora é preciso ter calma, não criar mais tensão e agir de forma ponderada. “O governo está fazendo o que precisa ser feito, não são ações emergenciais, mas é um investimento para sempre, pensando na segurança e no futuro dos nossos jovens”, resumiu.

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