Foi praticamente unânime a constatação, nessa sexta-feira, 29, de que a forte chuva verificada na quinta-feira à noite era sem parâmetros, ao menos na memória recente das famílias e nos registros pluviométricos. Um volume de 112 milímetros registrado em cerca de uma hora era algo realmente incomum. Mas muitas pessoas de mais idade recordavam que já haviam ocorrido, sim, chuvaradas muito intensas, e que causaram enormes estragos em outras décadas, talvez não em período tão curto, mas igualmente terríveis.
Uma delas, lembrada por um leitor da Gazeta do Sul, ocorreu em setembro de 1972, e inclusive com o agravante de que foram duas fortes precipitações em cerca de uma semana naquele início de mês. Além do acúmulo de água nas regiões baixas, numa época em que muitos arroios e sangas ainda estavam visíveis na paisagem urbana, e que a pavimentação e a canalização não eram nem de perto as hoje existentes, houve desmoronamentos.
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Na região das “curvas” na estrada para Venâncio Aires, na atual RSC-287, uma enorme pedra se desprendera dos morros e fora parar ao lado da via, onde ficou por vários anos, fazendo a população sempre lembrar daquela chuva intensa.
Na Gazeta do Sul, aquelas enchentes também foram assunto. Na edição de 13 de setembro de 1972, quarta-feira, a página 16 dava conta de que o assunto merecera debate na Câmara de Vereadores. “Inundações na zona baixa são culpa da RS-7: Falleiro pede providência”, dizia o título.
No Legislativo, o vereador Flávio E. Falleiro apresentara expediente para cobrar soluções para os transtornos que, em seu entender, atrapalhavam moradores da Vila Schulz e do Avenida, duas regiões do perímetro urbano que, por se localizarem em ambientes de várzea, historicamente têm sido afetadas por enchentes.
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