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Entrevista: “Tenho muito orgulho da minha família”, diz Helena Hermany

O plano de Helena inclui a criação de um núcleo de médicos de apoio para acabar com a falta de profissionais nos postos de saúde

Caso seja eleita, Helena Hermany (PP) pretende promover, em janeiro de 2021, uma radiografia da situação financeira da Prefeitura, além de uma reforma administrativa, com eliminação de secretarias, para reduzir gastos. Atual vice-prefeita, ela defende que é possível viabilizar investimentos sem recorrer a empréstimos, por meio de economia e captação de recursos a fundo perdido, assim como parcerias com a comunidade – para a pavimentação de ruas, por exemplo – e com a iniciativa privada.

O plano de Helena inclui a criação de um núcleo de médicos de apoio para acabar com a falta de profissionais nos postos de saúde, a integração tarifária no transporte coletivo urbano, a implantação de duas subprefeituras em localidades do interior, a abertura de uma escola cívico-militar e a retomada de uma comissão no governo para acompanhar o cumprimento do contrato com a Corsan.

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Em entrevista na última quinta-feira, 15, ela também respondeu às críticas de adversários quanto à presença de clãs familiares na política local e comentou sobre seu rompimento com o prefeito Telmo Kirst no ano passado.

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Entrevista

Como a senhora responde às críticas que vêm sendo feitas aos clãs familiares nessa campanha?

Em primeiro lugar, tenho muito orgulho da minha família. Tenho muito orgulho da vida política do meu marido e dos meus filhos. Todos eles têm profissão e têm família. Uma pessoa só tem estrutura para ir à rua fazer campanha e se dedicar à causa pública, que exige muito, se tem uma família por trás. Uma família que ampara, que ajuda, que dá suporte. Acho estranho que, casualmente, os que falam de família são os que mais colocam as suas nos programas eleitorais. Não vejo por que falar mal de família. Tem gente que fala que nós ganhamos não sei quanto na Prefeitura. Mas se nós ganhamos, é porque nos elegemos. E os que se elegeram antes de nós e os que se elegerem depois de nós também vão ter esse direito.

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Apesar do seu rompimento político com o prefeito Telmo, vocês foram aliados durante décadas e se elegeram juntos duas vezes. A senhora se considera uma candidata de oposição ou situação?

A comunidade toda sabe o que aconteceu e o quanto eu sofri. Mas eu procurei sempre fazer o que ainda podia. Com o rompimento, os secretários até foram proibidos de falar comigo, de me atenderem, mas dentro do que eu conseguia fazer, eu fiz. Em uma tomada de números que andamos fazendo, o trabalho da vice foi melhor avaliado que o do prefeito. Até me surpreendi, porque fui muito tolhida. Um exemplo foi agora na pandemia: as pessoas não conseguiam acessar o auxílio emergencial, então optamos por abrir o gabinete e atender as pessoas. Atendíamos mais de cem pessoas por dia. Fizemos campanhas para ajudar as pessoas necessitadas. Tudo o que foi possível fizemos, mas muito com a boa vontade da minha equipe. Sou vice-prefeita, mas fui afastada. Nunca mais fui convidada para nenhuma reunião, não me foi possível dar opinião sobre nada. E antes de acontecer isso, tenho certeza que consegui contribuir para a comunidade. Uma prova disso são os R$ 36,4 milhões a fundo perdido que consegui para fazer 563 casas.

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Mas no que o seu governo seria parecido com o atual e no que seria diferente?

Seria parecido com todo o período em que eu estive com o prefeito, quando procuramos atender a comunidade, fazer obras, trazer recursos. Admiro as obras que foram realizadas e de muitas eu fiz parte. Mas seria essencialmente diferente no aspecto de conversar com as pessoas, de recebê-las, de fazer um governo aberto à comunidade. Tem obras que foram feitas que não são do agrado da comunidade.


Por exemplo?

A obra do Centro (calçadão da Floriano). Não que a obra não seja boa, mas o período não foi adequado. Em meio à pandemia, as pessoas foram prejudicadas com a falta de acesso às lojas. Entidades e comunidades que eu visito se queixam muito, funcionários se queixam, especialmente da falta de diálogo. O que existe é uma grande vontade dos saberes da comunidade de colaborarem com o município. Me sugeriram até um conselho de voluntários pró-desenvolvimento de Santa Cruz, com pessoas que têm muito a contribuir mas não querem se integrar diretamente na política.

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Caso seja eleita, qual será o primeiro assunto ao qual pretende se dedicar?

Em primeiro lugar, fazer um detalhamento bem apurado da situação do município. Existe o Portal da Transparência, mas não conseguimos saber exatamente o que veio de dinheiro para a pandemia, onde esse dinheiro foi aplicado, quanto já foi tomado em empréstimos, o que foi feito. Nós pegamos R$ 12 milhões do PAC, que tem juro subsidiado, e poderíamos ter pego muito mais naquela oportunidade para fazer creches, postos de saúde, equipamentos comunitários. Mas o prefeito naquela época não quis, disse para mim que não queria onerar o município, e eu até entendi. Só que depois foi pego dinheiro a juro normal. Fui bancária durante 25 anos e, no meu conceito, isso é inexplicável.

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E há como fazer sobrar recursos próprios para investimentos sem empréstimos?

Tenho uma ideia diferente. Consegui R$ 36 milhões a fundo perdido. Nós precisamos de um departamento na Prefeitura que fique somente controlando isso. Esses recursos abrem em um dia e fecham no outro, então é necessário ter uma equipe muito qualificada para fazer com que a Prefeitura consiga mais recursos a fundo perdido. Fazer mais parcerias público-privadas e também uma gestão enxuta e eficiente para que sobre recursos. O nosso município tem uma grande arrecadação, pode sobrar. Endividar o município é muito fácil, mas esses juros de mercado são muito caros.


No seu plano de governo, consta a criação de um programa de pavimentações. Essas obras seriam viabilizadas por meio de financiamentos ou parcerias com a comunidade?

Parcerias. Vamos aproveitar o recurso que já foi financiado e fazer por meio de parcerias, para que o dinheiro renda mais. Tem muitas ruas que não foram pavimentadas, principalmente nesses loteamentos feitos há muitos anos, quando ainda não se exigia dos loteadores a infraestrutura.

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