A pandemia do novo coronavírus paralisou o futebol mundial, causando incertezas sobre as competições que estavam em andamento. Na Turquia, onde atua no Kayserispor, o meia-atacante santa-cruzense Pedro Henrique Konzen, o Kiko, 29 anos, teve a rotina modificada, assim como milhares de atletas. Os treinamentos e partidas foram substituídos pelo isolamento domiciliar com a família, na cidade de Kayseri.
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As saídas ocorrem apenas por necessidade, como fazer compras no supermercado ou ir na farmácia. Por WhatsApp, ele conversou com a reportagem da Gazeta do Sul e relatou a situação. Há oito anos morando fora do Brasil, o jogador procura manter contatos diários com familiares e amigos em Santa Cruz do Sul. Criado em Linha Pinheiral, Pedro Henrique não descartou a possibilidade de, um dia, retornar ao País para defender um grande clube.
ENTREVISTA
Pedro Henrique Konzen
Jogador
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Gazeta do Sul – Há quanto tempo você está na Turquia?
Pedro Henrique – Cheguei em agosto do ano passado.
Qual a situação da Covid-19 hoje no País?
Foi uma situação alarmante, porque tudo parou, tudo fechou. O governo está tentando controlar a situação em Istambul, que é a capital, lugar muito populoso e o de maior número de casos de infectados e de mortos. No restante do país, o número é bem mais baixo.
Como tem sido a sua rotina?
A rotina é só ficar dentro de casa. Saímos, no máximo, para ir ao supermercado.
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Quando o campeonato nacional foi paralisado?
O campeonato foi paralisado na rodada 28 (na metade de março), um pouco depois que todos os campeonatos na Europa. Jogamos uma partida sem público e já paramos na rodada seguinte.
Quando você iria para Santa Cruz do Sul?
Todas as férias eu sempre vou a Santa Cruz, para Linha Pinheiral, onde meus tios, meus avós e meus amigos de infância moram. Minha esposa (Rafaela Scain Konzen) é de Caxias do Sul, sempre estou na minha terra, com meus amigos, quando posso.
Vai ser possível vir para cá?
Não sabemos ainda se o campeonato vai parar, se vai voltar depois, não tenho previsão de ir agora. Temos que aguardar.
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Quanto tempo você joga fora do Brasil?
Tenho oito anos de futebol no exterior e dez anos de carreira profissional.
Costuma manter contato frequente com amigos e familiares aqui?
Hoje em dia é muito fácil, por todas as redes sociais, a modernidade que a gente tem, que a internet nos ajuda, mantenho contato diário praticamente.
Qual foi a última vez que esteve em Santa Cruz?
Foi no final do ano, antes do Natal.
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Tem acompanhado a situação da Covid-19 no Brasil?
Tenho acompanhado, tenho muitos amigos que trabalham nos clubes, muitos jogadores que atuam por todas as partes do Brasil e acompanho as notícias.
O campeonato turco tem chance de ser encerrado? Em que situação estava quando foi suspenso?
A chance é grande, envolve muita política. As equipes de cima não querem perder a chance de serem campeãs e jogar as competições europeias. Os times de baixo não querem cair para a segunda divisão e os que estão lá querem subir. É um conflito grande de interesses. Não sabemos o que vai acontecer. Estamos no aguardo.
Você tem planos de voltar a jogar no Brasil?
Por ter saído muito jovem do Brasil, com certeza era uma coisa que sempre fiquei imaginando, quando vou voltar. Teve alguns convites ao longo desses anos, situações que estavam próximas de acontecer, mas eu tinha sempre contratos longos nos clubes onde atuei. Em todos consegui jogar e ir bem. Não vou negar que seria um grande prazer em jogar numa grande equipe do Brasil.
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Que precauções você costuma adotar aí?
Temos uma filha (Philipa) de 4 anos. Quando vamos ao supermercado, usamos luvas e máscara. Faço alguns exercícios, aproveito e brinco bastante com a minha filha, porque estive três meses longe dela. Elas (esposa e filha) acabaram chegando aqui praticamente uma semana antes disso tudo acontecer. Felizmente podemos estar juntos. A família unida é importante neste momento.
Que medidas foram implantadas na Turquia?
Fechou tudo, só estão abertos supermercados, farmácias e postos de combustíveis. A polícia está na rua, as pessoas idosas, que são da zona de risco, não podem estar na rua. As crianças também não podem, é tudo controlado. Sabemos que é uma precaução, um confinamento, mas importante para o vírus não se espalhar.