Horas após ser confirmada a sua reeleição com quase 90% dos votos favoráveis, a reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Carmen Lúcia de Lima Helfer, definiu o que pretende deixar como legado de sua gestão ao fim do segundo mandato, que inicia em janeiro e vai até 2021: garantir que o maior estabelecimento de ensino do Vale do Rio Pardo atravesse o temporal econômico enfrentado pelo País e se adapte aos novos tempos. “Quero deixar a Unisc com uma cara mais inovadora”, disse à Gazeta do Sul.
Após três dias de votação e pouco mais de três horas de apuração, o resultado da eleição foi proclamado por volta das 00h45 dessa quinta-feira, 9. Embora a reeleição já fosse esperada – Carmen concorria em chapa única –, o elevado índice de apoio surpreendeu. Ao todo, os votos “sim” chegaram a 89,14% – superior, por exemplo, ao obtido pelo antecessor de Carmen, Vilmar Thomé, quando foi reeleito em 2009 (86%). No entanto, apenas um quarto dos eleitores aptos a votar compareceu às urnas – foram 3.070 votos ante um eleitorado de 12.017 pessoas.
Embora no primeiro mandato tenham sido adotadas medidas de contenção de despesas que incluíram demissões, o apoio entre os funcionários chegou a 91,3%. O maior índice, porém, foi entre as entidades que compõem a assembleia geral comunitária da mantenedora Associação Pró-Ensino em Santa Cruz (Apesc) – 63 das 64 entidades que compareceram votaram sim. Já nos eleitorados de maior peso, alunos e professores, o percentual foi ligeiramente abaixo de 90%.
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Carmen e o vice Rafael Henn vão tomar posse no dia 2 de janeiro. A atual composição do primeiro escalão será mantida: Elenor José Schneider (pró-reitor de Graduação), Dorivaldo Brites de Oliveira (Administração), Marcelino Hoppe (Planejamento), Ângelo Hoff (Extensão) e Andreia de Moura Valim (Pesquisa).
RESULTADO
ELEITORADO SIM NÃO
Estudantes 87,05% 12,95%
Professores 88,35% 11,65%
Funcionários 91,3% 8,7%
Assembleia 98,4% 1,6%
Total 89,14% 10,86%Publicidade
ENTREVISTA
Carmen Lúcia de Lima Helfer
Reitora reeleita da Unisc
Gazeta – Que avaliação a senhora faz do elevado percentual de apoio?
Carmen Lúcia – Estamos muito satisfeitos. Uma reeleição é sempre um processo avaliativo, então esse é um indicativo de aprovação do que fizemos e nos legitima para o trabalho futuro. Estamos muito agradecidos, inclusive aos que votaram “não”, porque isso também é importante.
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Gazeta – A senhora optou por manter os pró-reitores. Nos demais cargos, poderão ocorrer mudanças?
Carmen Lúcia – Desde agosto, quando começamos a nos mobilizar, eu tinha a ideia de manter os pró-reitores. Agora temos uma equipe capacitada e não precisamos passar por transição. Quanto aos coordenadores, sim, ocorrerão algumas mudanças, mas deixaremos isso para uma segunda etapa. Vamos fazer isso até dezembro.
Gazeta – Quando a senhora foi eleita pela primeira vez, a universidade estava muito dividida em função das três chapas. Como a senhora percebe o ambiente agora?
Carmen Lúcia – Quando eu tomei posse, eu disse que seria a reitora de todos. Disse que íamos dar conta de toda a Unisc e trabalhei com pessoas de todos os grupos. Sou agradecida pela divergência de ideias. Podemos não concordar em tudo, mas o que vejo, no conjunto, é uma convergência para aqueles objetivos mais amplos, sobretudo as questões acadêmicas e de sustentabilidade. À época, diziam que eu não teria governabilidade, mas o que eu percebi foi que é possível conduzir com uma certa segurança. Não precisa ter unanimidade.
Gazeta – Qual a sua principal preocupação em relação aos próximos quatro anos?
Carmen Lúcia – Amanhã (hoje) vou ter a primeira reunião com o vice-reitor. Vamos centrar forças no fortalecimento da identidade comunitária, na qualidade do ensino e no equilíbrio econômico-financeiro. Os últimos anos foram muito difíceis, mas temos que continuar investindo na questão acadêmica e na sustentabilidade, além da busca de mais acesso via financiamento estudantil.
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Gazeta – Até o fim do ano será definido o índice de reajuste de mensalidades. O que a senhora pode adiantar?
Carmen Lúcia – Aprovamos em outubro as diretrizes orçamentárias. Agora em novembro, vamos aprovar o índice de reajuste das mensalidades. O que posso adiantar é que está sendo um orçamento muito parecido com o desse ano. Não estamos prevendo um aumento grande no número de alunos. Mas temos novidades, como o curso de Medicina Veterinária, que está com uma procura muito boa, além das Ciências Contábeis no campus de Venâncio Aires e da Psicologia em Montenegro.
Gazeta – O que a senhora espera deixar como legado?
Carmen Lúcia – O legado dos primeiros quatro anos é ter mantido a escola em pé. No fim dos próximos quatro anos, quero estar com a escola em pé, porém mais ágil e dinâmica, com metodologias de ensino mais ativas e adequadas ao jovem que está entrando, que é diferente. Quero deixar a Unisc com uma cara mais inovadora.
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