Esporte que proporciona para seus adeptos a prática de uma atividade lúdica, o futebol de mesa reúne diferentes gerações e desperta a paixão de milhares de botonistas pelo Brasil. A realização de campeonatos com elevado nível técnico demonstra que essa modalidade é levada (muito) a sério, além de ser vista também como um entretenimento capaz de reduzir o estresse.
Em entrevista à Gazeta do Sul, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa (FGFM), Luís Felipe de Lima Hahn, que assumiu o cargo em janeiro deste ano, fala sobre o trabalho desenvolvido pela entidade desde 1986. Essa atuação inclui não apenas a promoção de competições, mas a realização de projetos sociais em prol de crianças e adolescentes. Mesmo nos tempos da era digital, ele destaca a necessidade de reforçar a importância desse esporte tradicional.
ENTREVISTA
Luís Lima
Presidente da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa (FGFM)
Como a Federação atua no desenvolvimento da modalidade?
A Federação Gaúcha de Futebol de Mesa (FGFM) está inserida no sistema brasileiro do desporto nacional, detendo a representação regional da modalidade esportiva “futebol de mesa”, na condição de entidade filiada à Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM). Com esse status, ela promove as competições esportivas estaduais, de caráter oficial, previstas no calendário anual, por meio das quais se organiza o ranking dos 570 atletas gaúchos filiados, bem como o ranking dos nossos 30 clubes associados.
Qual a importância do futebol de mesa?
O futebol de mesa é um esporte, assim reconhecido por ato normativo do Conselho Nacional de Desportos no ano de 1988. Por esse motivo, sua importância envolve muitos fatores. Nas categorias de base, por exemplo, nós podemos observar o desenvolvimento da socialização, o aprimoramento da concentração e da disciplina, além da melhoria de aspectos relacionados à criatividade dos jovens. De maneira geral, o futebol de mesa proporciona a seus adeptos tanto a prática de uma atividade lúdica, voltada ao entretenimento e à redução do estresse, como uma modalidade esportiva, sujeita à dedicação aos treinos e que possibilita a disputa de competições com um elevado nível técnico.
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Quantos associados existem no Rio Grande do Sul?
Atualmente, a FGFM tem 570 atletas federados. Porém, esse número não representa a totalidade de adeptos do futebol de mesa no Estado. Acreditamos que milhares de pessoas praticam o futebol de botão em solo gaúcho, ainda que de forma “amadora”.
De que forma a modalidade se estrutura?
Hoje existem seis regras oficiais reconhecidas pela CBFM: um toque, três toques, 12 toques, dadinho, sectorball e subutteo. Para conhecer um pouco mais de cada uma delas, basta acessar o site cbfm.com.br. Já no Rio Grande do Sul, as regras oficiais que compõem o calendário da FGFM são: um toque (modalidades liso e cavado), 12 toques e dadinho.
Como são realizados os campeonatos?
No âmbito do Estado, as competições oficiais são promovidas pelos clubes filiados, sob a supervisão da FGFM. Em nível nacional, a organização fica a cargo da federação do estado onde ocorrerá o campeonato, sob a coordenação da CBFM. Geralmente, esses torneios são disputados em salões de eventos de hotéis, shopping centers ou ainda na própria sede das agremiações locais. Há cerca de 20 certames oficiais por temporada, envolvendo as três regras que se desenvolvem no RS. As competições nacionais chegam a reunir mais de 200 atletas em apenas um evento.
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Como se dá organização desse esporte?
A organização do futebol de mesa está a cargo da CBFM em conjunto com as Federações regionais. As competições nacionais são realizadas, adotando-se uma das regras oficialmente reconhecidas, sob a organização da vice-presidência nacional correspondente. Os certames regionais são geridos pelas diversas federações estaduais. Nos campeonatos individuais, os atletas competem dentro da sua categoria: infantil (até 14 anos), júnior (entre 14 e 18 anos), adulto (qualquer idade), sênior (a partir de 50 anos), master (a partir de 60 anos) e feminino (qualquer idade).
Qual a importância de manter vivas as gerações?
É fundamental. O futebol de mesa é uma modalidade esportiva tradicional. As primeiras federações e clubes foram fundados ainda na década de 60. A primeira edição do campeonato brasileiro aconteceu em 1970, na cidade de Salvador. Desde então, formaram-se várias gerações de botonistas que escreveram a história desse esporte. Costumeiramente, a paixão pelo futebol de mesa é transmitida de pai pra filho, geração a geração. Hoje em dia, com o advento das plataformas digitais e redes sociais, isso vem mudando um pouco. Muitos novos adeptos serão recrutados pelas novas formas de divulgação do esporte, implementadas pelos clubes e federações.
De que maneira é possível buscar novos adeptos?
Basicamente, o fomento da modalidade para angariar novos adeptos depende de dois vetores principais: o desenvolvimento de projetos voltados às categorias de base e a divulgação das atividades e eventos por meio das plataformas digitais. Essas são diretrizes da nossa gestão, adotando práticas que vem sendo incentivadas pela própria Confederação Brasileira de Futebol de Mesa. Nossa Comunicação Social mantém diversos canais que podem ser acessados pelo público, dentre os quais nossa página no Facebook, perfil do Instagram, conta do Twitter, e o site oficial fgfm.com.br.
A implantação de projetos sociais é uma alternativa?
Sem dúvida. O Rio Grande do Sul é referência nacional nesse tipo de iniciativa. Atualmente, há um belíssimo projeto, desenvolvido no município de Santa Vitória do Palmar. Em Caxias do Sul, também se desenvolveram propostas dessa natureza, coordenadas pela AABB e AFM, inclusive com a revelação de campeões brasileiros da categoria júnior. Inegavelmente, o apoio a projetos sociais para a prática do futebol de mesa, seja pela iniciativa privada, seja pelo poder público, constitui-se em importante contribuição para a formação social e esportiva de nossos jovens, resultando em novos adeptos.
Nesse particular, a diretoria da FGFM coloca-se inteiramente à disposição para apoiar e incentivar o desenvolvimento de programas sociais que tenham em mira a prática desse esporte por crianças e adolescentes. Deixo o convite para que o leitor visite nossas plataformas digitais e conheça um pouco mais do futebol de mesa. Quem sabe, em breve, acabe se juntando a nós, centenas de botonistas gaúchos, tornando-se mais um campeão do nosso esporte!
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