Embora tenha decidido liberar a retomada da atividade comercial a partir desta segunda-feira, 20, o prefeito de Santa Cruz, Telmo Kirst (PSD), é taxativo: a pandemia do novo coronavírus não terminou e, se a flexibilização repercutir na curva de contágio do coronavírus no município, o governo pode recuar e voltar a fechar as lojas daqui a 15 dias. “A situação não voltou ao normal”, disse.
Em resposta a perguntas enviadas pela Gazeta do Sul nessa sexta-feira, 17, Telmo reforçou a necessidade de conscientização por parte da população e dos empresários para que o trabalho de combate à pandemia realizado até agora não seja “jogado fora”. O prefeito também antecipou algumas das regras que serão previstas no novo decreto municipal: bares, choperias, cinemas e eventos permanecerão proibidos, enquanto restaurantes e lancherias poderão funcionar, mas com restrições. Os parques públicos também seguirão fechados.
Telmo ainda reiterou a orientação às pessoas para que evitem ao máximo o contato social. “Não é hora de passear no Centro, visitar a família e tomar chimarrão com os amigos e parentes”, afirmou. Confira.
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ENTREVISTA
Telmo Kirst (PSD)
Prefeito de Santa Cruz
O que pesou na decisão do governo de permitir a reabertura do comércio a partir da próxima semana, com restrições?
Estamos diante de um cenário incerto, sem saber exatamente até quando a pandemia irá durar. Embora Santa Cruz tenha uma economia forte, entendemos a angústia de empresários e trabalhadores quanto ao futuro de seus negócios ou empregos. A administração municipal tem se preparado e investido para o enfrentamento à Covid-19 desde quando o problema só havia chegado a outros países, o que nos coloca numa situação mais confortável em comparação a muitas outras cidades brasileiras. Mas não podemos relaxar neste momento. Se estamos com poucos casos no município, todos importados, é porque tomamos medidas para controlar a situação. Vamos flexibilizar o funcionamento das atividades inicialmente por 15 dias e com regras rígidas para evitar a disseminação do vírus.
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A reabertura das atividades não essenciais significa que a pandemia ficou para trás no município?
De forma alguma. Iremos flexibilizar porque o Estado tem técnicos que entendem que a situação deve ser ajustada de acordo com a realidade de cada município.
As regras para o funcionamento dos estabelecimentos serão definidas até domingo. O que o senhor considera fundamental para que essa retomada gradual ocorra de forma segura?
A conscientização. As pessoas precisam estar conscientes de que devem se proteger, reforçar medidas de higiene, seguir as orientações de segurança que temos dado desde o início. É necessário que entendam que a situação não voltou ao normal. Estamos, sim, com o vírus circulando na comunidade e devemos ter o máximo de cuidado. Os empresários que voltarem às atividades também devem ser responsáveis por seus trabalhadores, proporcionar ambientes seguros a eles.
Qual o risco de esse movimento ter um efeito negativo sobre a curva da doença em nossa cidade?
Esse risco existe e é por isso que as regras para a flexibilização precisam sem muito bem pensadas. Não podemos ser irresponsáveis e jogar todo o nosso trabalho fora, colocando as pessoas expostas ao vírus. Mas se todos cumprirem as exigências e reforçarem os cuidados, esse risco será menor.
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Se as medidas não derem certo, o comércio pode voltar a ser fechado?
Sim. Vamos acompanhar a evolução da pandemia em Santa Cruz. As regras terão validade de 15 dias e, se percebermos que estão prejudicando o enfrentamento, voltaremos atrás.
A reabertura deve incluir estabelecimentos que, pelo perfil, geram aglomerações, como choperias, casas noturnas, cinemas? E em relação aos eventos privados?
As medidas terão o mesmo foco de distanciamento e não poderemos liberar tudo. Eventos, bares, choperias, casas noturnas e cinemas continuarão proibidos. Serão flexibilizadas as regras para restaurantes, lancherias e outros estabelecimentos comerciais, mas sem foco em lazer.
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Muita gente já se pergunta se, com a reabertura, podem voltar a frequentar parques, praças e a circular tranquilamente nas ruas. Qual é a orientação?
A orientação é a mesma: fique em casa. Quem puder deve respeitar essa recomendação, que está sendo reforçada no mundo inteiro. E quanto aos parques, eles seguirão fechados pelo menos até 30 de abril.
As pessoas com mais de 60 anos deverão seguir em recolhimento?
O isolamento social é o único recurso efetivo contra a Covid-19 e seu resultado é evidente no mundo. Já ficou claro que pessoas idosas correm um risco muito maior de agravamento da doença, por isso, obviamente, precisam se cuidar mais. Não é hora de passear no Centro, visitar a família e tomar chimarrão com os amigos e parentes. É hora de se cuidar.
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