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ENTREVISTA: “2021 será o ano da segurança”, diz secretário-adjunto

Em visita a Rio Pardo na manhã dessa terça-feira, 27, para acompanhar o andamento do Curso Básico de Formação Policial Militar, realizado no polo de ensino instalado no 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM), o secretário-adjunto de Segurança Pública do Estado, coronel Marcelo Gomes Frota, ressaltou o trabalho desenvolvido para a qualificação dos futuros policiais.

Acompanhado do comandante da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos (Esfas), major Artur Marques de Barcellos, Frota foi recepcionado pelo comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP), coronel Valmir José dos Reis; pelo comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovani Paim Moresco; pelo comandante do 2° BPM, major Diogo Robledo Lopes; pelo subcomandante do 2° BPM, capitão Renan Todendi Dutra; e pelo coordenador do Polo de Ensino de Rio Pardo, capitão Daniel Pinto Mello.

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O secretário-adjunto da Segurança conheceu as salas de aula, alojamentos e espaço administrativo. Participou ainda da apresentação dos alunos soldados e do planejamento de projetos para melhorias dos pontos de instrução e de atividades.

O coronel Frota elogiou o polo de ensino de Rio Pardo e sua estrutura física e técnica, quesitos que, segundo ele, explicam a excelência na formação de futuros profissionais. Citou ainda o fato de o polo ter sido o local onde se formaram seis dos dez primeiros colocados do Estado no último curso de formação.

Em entrevista à Gazeta do Sul, Frota salientou a importância de uma formação qualificada na garantia de segurança pública para a população. Também anunciou que o próximo ano será marcado pelos investimentos em segurança no Rio Grande do Sul.

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Entrevista

Secretário elogiou o polo de Rio Pardo

Qual a percepção do senhor sobre o trabalho desenvolvido no polo de ensino de Rio Pardo?
Fiquei muito impressionado, pois vemos a excelência e o cuidado que os oficiais têm colocado na formação dos novos soldados. Os desafios da segurança pública são imensos. A gente verifica aqui esse cuidado, pois a ambientação é tão importante quanto a capacitação técnica. Essa prática que é passada, na abordagem, preenchimento de documentos, atendimento à comunidade, serve para ambientar os futuros policiais nesses conceitos da Brigada Militar, que são muito antigos e fundamentais, e que a sociedade aprendeu a reconhecer. A Brigada Militar não recua, não retrocede diante das dificuldades e é a primeira linha de defesa da sociedade rio-grandense. Portanto, precisamos de uma BM forte, ativa, capacitada, treinada e com todos esses conceitos que vêm em uma formação tão cuidadosa como a que percebemos aqui em Rio Pardo.

Ao que o senhor atribui os recentes números de queda na criminalidade do Estado?
Estamos felizes porque sabemos exatamente o motivo pelo qual a criminalidade vem retrocedendo, em face das ações estabelecidas na segurança pública. Primeiro, porque temos homens e mulheres destemidos em todas as instituições responsáveis pela segurança pública do Estado, como a Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Instituto Geral de Perícias e Detran. Depois, porque estamos desde janeiro de 2019 fazendo uma integração perfeita entre todas essas forças de segurança, em uma política de governo chamada RS Seguro, que faz com que haja governança em todas as etapas desse processo. Isso vem apresentando bons números. E segurança pública é serviço essencial. Atrai investimentos, abre postos de trabalho e faz com que o Estado possa superar a crise. Se não existir segurança pública, todos os demais serviços essenciais, como saúde, educação, transporte e outros, ficam prejudicados.

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Quais números o senhor poderia destacar?
Por exemplo, retrocedemos nos homicídios dolosos a números da última década. Por isso, essa gestão estatística que tem o foco na territorialidade nos fez perceber, no primeiro ano de governo, que 89% dos homicídios que aconteciam no Rio Grande do Sul tinham lugar em 18 municípios. Em 2020, acrescentamos outros cinco, totalizando 23 cidades com foco de atenção total para que as organizações criminosas possam regredir, sentir o efeito da segurança pública e, com isso, nós possamos avançar. De setembro pra cá, em um outro dado importante, tivemos menos de 500 roubos de veículos, em uma frota de 7 milhões.

Esse tipo de dado precisa começar a ser trabalhado para as pessoas entenderem o nível de segurança que temos hoje, que ainda não é aquele que o Estado almeja. Está distante, temos muito trabalho a realizar, mas é bem diferente daquele de 2016 ou 2017, em que tínhamos a capital do Estado figurando entre as 50 cidades mais violentas do mundo.

Têm chamado a atenção as execuções violentas na região, com sinais de tortura. Como o Estado pretende agir para coibir a ação das facções?
As organizações criminosas são eixos específicos do programa RS Seguro, que foi feito em cima de três premissas: inteligência, integração e investimento qualificado. Dentro disso está o combate à criminalidade, sendo assim, é necessário um combate efetivo. Lugar de criminoso é privado de liberdade, em um estabelecimento de privação de liberdade. Isso é fundamental e para isso as nossas polícias precisam estar devidamente equipadas, com informações de inteligência, integração, operações conjuntas, para que esse combate seja efetivo. Ainda há uma série de ações sobre as organizações criminosas nas quais devemos manter o foco e, com isso, descapitalizamos essas organizações, atuando na apreensão de ilícitos e retirando o poder – não apenas no que diz respeito ao dinheiro, mas também encaminhando para presídios federais os presos cujo comportamento, ainda que privados de liberdade, não é o que deveria ser, pois eles continuam comandando o tráfico, execuções e disputando pontos. Então, essa é uma atenção constante do governo do Estado e temos tido sucesso em um contínuo avanço, porque temos a capacidade, enquanto segurança pública, de fazer essa contenção.

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O que a região pode esperar em termos de investimento nos órgãos de segurança pública?
Neste período de um ano e três meses, cerca de 1,8 mil policiais estão a ingressar nas fileiras da força, com esse nível de qualificação que vemos em Rio Pardo. O investimento tem aumentado, seja com as emendas de bancada na participação dos deputados e senadores, seja pelo Piseg/RS, Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública. Percebemos que Santa Cruz do Sul, em termos de região, vem entrando forte nisso. Temos também emendas de bancada parlamentar estadual sendo empregadas aqui no quartel de Rio Pardo. São boas as perspectivas. O que posso afirmar é que no ano que vem, além de tudo que temos testemunhado, podemos sublinhar que será o ano da segurança pública em termos de investimentos e entregas para os gaúchos.

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