Se dependesse apenas do voto dos deputados federais do Rio Grande do Sul, a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso teria sido aprovada com facilidade. Foram 20 votos de parlamentares gaúchos a favor e apenas sete contrários (veja como votou cada deputado abaixo). Quatro parlamentares do Rio Grande do Sul estavam ausentes. O texto recebeu 229 votos favoráveis e 218 contrários. Para seguir para segundo turno, eram necessários 308 votos favoráveis.
A proposta, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, funcionaria da seguinte forma: depois de confirmar o candidato na urna eletrônica, o próprio sistema vai imprimir o registro do voto e depositar, de forma automática, em uma urna lacrada. A ideia de Bolsonaro é que, em caso de suspeita de fraude no sistema eletrônico, os votos em papel possam ser apurados manualmente.
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O deputado federal santa-cruzense Heitor Schuch (PSB) surpreendeu ao votar a favor da PEC. No início de julho, em entrevista à Gazeta, Schuch disse que implantar o modelo seria “voltar para o passado”. Afirmou que o processo eleitoral se tornaria mais caro e demorado e estimularia pedidos de recontagem por parte de candidatos derrotados.
Questionado na quarta-feira sobre a mudança de oposição, Schuch disse que confia 100% no sistema eletrônico, mas não podia deixar de “dar ouvidos àqueles que não confiam”. O parlamentar disse ter recebido “dezenas de centenas” de manifestações de pessoas que alegaram ter dúvidas sobre a confiabilidade do modelo atual e definiu seu voto em respeito a elas. Disse ainda que sugeriu, internamente, que as auditorias ocorressem por amostragem e não em todas as urnas, como previa a PEC, o que seria mais barato e prático. “Por mim, não precisaria de nada. Mas já que tantas pessoas acham que precisa, chegamos à conclusão de que esse era o melhor caminho”, afirmou.
Já Marcelo Moraes (PTB), defensor do voto impresso desde que a discussão se instalou, se disse decepcionado com o resultado da votação e alegou que a medida garantiria uma “segurança maior para a nossa democracia”. “Página virada, vida que segue, mas com certeza nós perdemos uma grande oportunidade de fazer com que, realmente, o voto do cidadão tenha validade”, alegou.
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