O potencial geográfico aliado ao crescimento estável, PIB acima do padrão e qualidade de vida fazem de Santa Cruz do Sul uma cidade que, apesar de ter sentido os efeitos da crise, proporciona ambiente atrativo para a criação ou ampliação de negócios. Prova disso é uma pesquisa publicada pela revista Exame que coloca o município como um dos cem melhores para se investir no País. O levantamento da consultoria Urban Systems analisou 309 cidades com mais de 100 mil habitantes.
Nele, a Terra da Festa da Alegria – e também dos bons negócios – aparece na 84ª posição. Além de Santa Cruz, representam o Rio Grande do Sul, Porto Alegre (12°), Passo Fundo (60º), Caxias do Sul (70°), Bento Gonçalves (85°) e Santa Maria (100°). No topo do ranking está Barueri, município próximo da capital paulista que aparece pela segunda vez consecutiva no primeiro lugar.
Na pesquisa foram verificados 28 indicadores em aspectos essenciais para a evolução dos negócios em uma cidade: desenvolvimento social e econômico, capital humano e infraestrutura. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia, Léo Schwingel, em Santa Cruz um dos fatores que mais se destaca é a característica dos investidores locais. “Temos muitos empreendedores ousados, pró-ativos e que ganham apoio de entidades como a Assemp. Tudo isso somado ao fato de sermos um polo nos setores de indústria, serviços, agricultura e educação – com reconhecidas universidade e faculdade.”
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Schwingel diz que o poder público tem contribuído para diminuir os entraves burocráticos, para que os empreendedores tenham agilidade na hora de investir e ampliar seus negócios. “Essas melhorias são gradativamente implantadas à medida que cada empresário com dificuldades nos traz suas necessidades.”
Consolidação com muito trabalho duro
A família Durante é um exemplo de quem não só criou negócio no município, mas ampliou suas operações justamente no ano em que a economia brasileira sofre uma de suas maiores recessões. Proprietários do Mercado e Fruteira Terra Nostra, os empresários, sete anos depois de abrirem a primeira loja na Avenida Independência, decidiram dar corpo a uma filial na esquina das ruas Carlos Trein e Tiradentes. Com a expansão, pai, mãe, filho e mais 15 funcionários dão conta de buscar, pelo menos três vezes por semana, mercadorias fresquinhas em outras cidades.
Também procuram estabelecer atendimento próximo da clientela, contato considerado o diferencial da marca. “Percebemos que em Santa Cruz as pessoas são muito trabalhadoras. Acredito que isso fortalece a nossa economia”, diz Macsuel Borges Durante, de 31 anos. Ele reforça que foi justamente na crise que encontraram oportunidade para expandir. “Nesse momento de baixa, buscamos aluguel e preços mais em conta para investir. Como já temos a experiência de um negócio estável, ficou mais fácil ampliar as vendas.”
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Aliás, foi de olho nas oportunidades que os Durante consolidaram a experiência no mercado. Por 18 anos, Geronimo, 58, trabalhou como comprador de frutas e verduras de um supermercado no município. Depois de adquirir o “know-how”, o santa-cruzense decidiu, em 2001, que era hora de montar a própria distribuidora. Não tardou para que resolvessem estruturar o estabelecimento. “Com êxito, pés no chão e muita união em família chegamos lá”, diz Geronimo. E hoje, garantem que de Santa Cruz não saem. Talvez seja por isso que apostaram no nome Terra Nostra. Foi esta terra que trouxe frutos e que hoje ostenta vitalidade econômica.
Macsuel, Geronimo e o gerente Simão: comemoração pela filial
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Desenvolvimento é controlado e constante
Um dos motivos de Santa Cruz estar na lista das cem melhores para se investir diz respeito à estabilidade financeira, na avaliação do presidente da Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), Flávio Bender. “Sempre mantivemos um desenvolvimento controlado. O que existe aqui é o aquecimento, ou seja, um crescimento regular, sem os chamados “boons’”.
A vinda de órgãos públicos federais para o município nos últimos anos é outro ponto destacado por Bender. “Isso deu um ganho forte para a cidade, já que muitos profissionais com renda de média a alta passaram a residir aqui”, comenta.
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Na visão do empresário, isso incentivou o interesse de grandes redes em se instalarem no município ou, no mínimo, demonstrarem intenção de expandir por aqui. A posição geográfica da cidade – no Centro do Rio Grande do Sul – também permite que Santa Cruz se coloque como um crescente ponto estratégico de logística.
O presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Ario Sabbi, ainda considera Santa Cruz “uma ilha de superavit”. “Temos um PIB de quase R$ 7 bilhões. Isso torna o município muito atrativo para exportações”, complementa. Não bastassem todos esses fatores que costumam ser um chamariz para novos investidores, a organização, a beleza natural e as opções de lazer encontradas na terra da Oktoberfest são aspectos unânimes na visão dos especialistas quando o assunto é qualidade de vida.
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