Dentre as centenas de peças do acervo do Museu do Colégio Mauá de Santa Cruz do Sul, uma que sempre chama a atenção é a perna-de-pau. Ela pertencia ao professor Antônio Balthasar Englert e guarda uma bela história de garra e superação.
Os trigêmeos: Balthasar (à direita) deixou uma história de superação
Nascido na Alemanha em 10 de dezembro de 1865, ele veio para o Brasil com os pais e os irmãos Gaspar e Melchior em 1883. Eles eram trigêmeos e tinham os nomes dos três Reis Magos.
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A família estabeleceu-se em Dona Josefa (Vera Cruz), na época pertencente a Santa Cruz. Balthasar casou com Ana Wagner e, quando construía sua casa, uma pedra soltou-se e esmagou sua perna.
Ele foi colocado em uma cama e os vizinhos o carregaram até a vila de Santa Cruz, passando por matos, campos e córregos. Recém-chegado da Saxônia, o jovem médico Wilhelm Müller foi a um armazém, adquiriu um serrote e removeu a parte esfacelada da perna.
Por meses, o ferido ficou entre a vida e a morte. Quando voltou para casa, recomeçou a trabalhar na lavoura, mas com dificuldades devido às muletas. Passou então a fabricar charutos, que vendia para os vizinhos.
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Conhecedor das línguas alemã e portuguesa, foi convidado a dar aulas em Linha Araçá. Tornou-se um excelente professor, admirado por todos.
Para facilitar sua vida, Balthasar fez a perna-de-pau. Ela era colocada no toco da perna e amarrada na cintura. Como a ponta se gastava logo, criou uma permanente, que permitia a troca só da ponteira (é a que está no museu).
Perna-de-pau está no museu
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O professor faleceu em 19 de março de 1941, com 76 anos, e está sepultado em Vila Arlindo. Sua história foi recuperada pela professora Carina Santos de Almeida e pode ser lida no livro Fragmentos de Vida, publicado pela Edunisc em 1999.
Balthasar é nome de rua no Bairro Bom Jesus desde 2004. A iniciativa foi do ex-vereador Carlos Haas.
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