O secretário estadual de Saúde, João Gabbardo dos Reis, afirmou nessa sexta-feira que a chegada do zika vírus ao Rio Grande do Sul não poderá ser evitada. Para ele, o verão é o período mais crítico, pois é quando muitos gaúchos saem do Estado para as férias. Além disso, o clima é favorável para a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da doença, assim como da dengue e febre chikungunya.
“As pessoas que tiram férias estão indo para locais onde já circula o zika vírus. Quantos gaúchos foram para o Nordeste neste verão? Quantos foram para o Rio de Janeiro? Nós já temos uma circulação imensa do vírus no Nordeste e no Rio. Quando chegar em Santa Catarina, isso vai ser mais rápido ainda. O que estamos imaginando é que quando essas pessoas retornarem das férias, boa parte delas já vai trazer o zika vírus no seu organismo. E, se estiverem ainda na fase ativa da doença e forem picadas pelo mosquito, facilmente vai acontecer a transmissão para outras pessoas”, explicou.
O comitê gaúcho, que envolve 13 secretarias estaduais, esteve reunido com a comissão nacional de monitoramento, em Porto Alegre, para discutir ações estratégicas contra o Aedes aegypti. Segundo o secretário de Saúde, o grupo está se organizando para minimizar o impacto da chegada do vírus no território gaúcho.
Publicidade
“Eu não acredito que a gente possa impedir a chegada do zika vírus e, por consequência, impedir que tenhamos a microcefalia. Nós temos que tentar minimizar isso, deixar o mínimo possível, essa é a nossa função. Não temos o objetivo, nem esperamos que a gente possa não ter casos de microcefalia no Estado”, afirmou, durante a coletiva de apresentação do boletim epidemiológico das três primeiras semanas do ano.
De acordo com o levantamento divulgado, os casos suspeitos de dengue aumentaram cerca de 227% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram notificados 256 casos suspeitos, com a confirmação de 15 deles, enquanto nas primeiras semanas de 2015 houve apenas uma confirmação. Conforme o boletim, o Estado registrou ainda 16 suspeitas de febre chikungunya e 13 de zika vírus, mas nenhuma delas foi confirmada.
Gabbardo reforçou a importância da população para combater o mosquito transmissor dessas doenças, por meio de denúncias. Quem souber de casos de descuido por parte de proprietários de terrenos pode acionar os agentes pela central de denúncias no telefone 0800 645 3308 ou no WhatsApp (51) 9184 7821.
Publicidade