“Somos privilegiados. De norte a sul, pelo oeste, temos o Rio Pardinho, nossa principal fonte de água. De norte a sul, pelo leste, temos o Cinturão Verde, que forma uma ‘meia lua’ de área verde.” Com essa descrição, o geólogo, analista ambiental e escritor José Alberto Wenzel, ex-prefeito de Santa Cruz do Sul e colunista da Gazeta, destaca o potencial ambiental do município. Ao enfatizar a proximidade dos santa-cruzenses com a natureza, ele observa a necessidade de preservar, recuperar e promover a conscientização para que a cidade siga, pelos próximos 145 anos, expandindo-se do ponto de vista ambiental.
Com um cenário urbano que ainda preserva a riqueza ímpar de ruas e praças floridas e arborizadas, Santa Cruz do Sul é referência para toda a região por seu patrimônio natural. Além do Cinturão Verde, que possui 463,79 hectares de área verde, assim demarcado por lei em 1994, há o Túnel Verde, que garante sombra e refúgio para os dias escaldantes de verão ao longo da Rua Marechal Floriano.
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Embora esses dois exemplos sirvam de diferencial, especialmente para as pessoas de fora do município, o contexto ambiental, na avaliação de Wenzel, precisa ser visto de forma abrangente. “Está tudo interligado. Não podemos ver uma coisa só, de forma fragmentada. Meio ambiente reúne o Cinturão, o Túnel Verde, o Rio Pardinho, os piscinões, o Lago Dourado, as praças, os jardins, as ruas. Nós temos o costume, por exemplo, de olhar para o Rio Pardinho apenas nos dias de estiagem ou enchente, quando na verdade esse grande manancial é a nossa principal fonte hídrica e que precisa ser cuidada e valorizada”, ressaltou.
Como sugestões, Wenzel cita a necessidade de unir “sensibilidade ambiental” e ciência. “Não somos isolados. Estamos dentro do contexto da Mata Atlântica e as mudanças climáticas nos fazem uma nova exigência”, considerou. “O nosso povo gosta da natureza, e eu acredito que é possível pensarmos no meio ambiente como um todo e seguir fazendo as ações necessárias”, acrescentou.
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Com a experiência obtida desde a sua formação profissional e com a participação nos mais diversos eventos e atividades ligadas à área, inclusive internacionais, Wenzel disse ter percebido que o desenvolvimento, por si só, fica sem sentido se não tiver relação com a questão ambiental.
Embora tenha proteção legal no Plano Diretor, o Cinturão Verde ainda não está instituído como Unidade de Conservação Ambiental. Em 2013, Wenzel propôs a ampliação da área atual, ao sul e ao norte, para 1.028,12 hectares. Tal possibilidade já consta no Plano Diretor do município. Além disso, sugeriu que fosse feita a descrição de todo o contorno do Cinturão.
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Com relação ao Túnel Verde, existente há cerca de 70 anos, Wenzel defende a possibilidade de expansão para outras ruas, além da Marechal Floriano, já que é um importante equilibrador climático. Além disso, forma um corredor florestal entrelaçado, como se fosse uma camada vegetal, uma verdadeira floresta urbana no Centro.
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