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CORONAVÍRUS

Entenda os motivos que levam à internação na UTI por Covid-19

Foto: Alencar da Rosa

Uma das principais dúvidas relativas à Covid-19 diz respeito à necessidade de internação dos infectados, e também o que leva a equipe médica a transferir alguém para um leito nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, da Rádio Gazeta, na manhã dessa segunda-feira, 28, o médico infectologista Eduardo Sonda, responsável pelo controle de infecção hospitalar do Hospital Ana Nery, explicou como funcionam esses procedimentos e esclareceu outras questões referentes ao novo coronavírus.

Sonda afirmou que essa é uma dúvida comum dos pacientes e também dos familiares quando ocorre uma internação. “O grande problema do coronavírus é a falta de ar, que geralmente pode ocorrer depois da primeira semana de sintomas. A decisão sobre a pessoa ir pra UTI ou não é baseada no quanto de falta de ar ela sente”, explicou.

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Quando essa situação ocorre, os médicos utilizam máscaras de oxigênio. Algumas delas podem ser empregadas em leitos clínicos e outras exigem mais estrutura. “Se falta muito ar ao paciente e ele demanda máscaras mais avançadas para suporte de oxigênio, aí precisa da UTI”, complementa. Sobre a intubação, Sonda salienta que ela é evitada pela equipe médica, sendo utilizada apenas quando não há alternativa.

“Normalmente evitamos intubar os pacientes com coronavírus, porque sabemos que infelizmente a chance de sobrevivência é muito baixa. Temos dentro das UTIs máscaras com capacidades de oxigênio muito altas, semelhantes à intubação, então evitamos. É o último caso”, frisa.

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Em relação ao perfil dos internados, o médico explica que a maioria são idosos, em função das comorbidades; porém, cresceu o número de jovens que desenvolvem formas graves da Covid-19 nas últimas semanas. Assim como a maioria dos hospitais, o Ana Nery também enfrenta o problema do afastamento de funcionários por causa da doença.

“Infelizmente volta e meia tem algum profissional afastado, e não necessariamente ele pegou dentro do hospital. Temos essa dificuldade, nunca enfrentamos a situação de faltar o profissional, mas às vezes chega muito próximo disso”, enfatizou Sonda. Acrescentou que existem substitutos, mas pode ocorrer a falta. “A corda está no limite e pode romper se houver um surto maior”, alerta.

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Padrão dos internados

Sonda reforça o pedido para que as pessoas procurem atendimento médico quando possuírem sintomas compatíveis com a Covid-19, e que falem a verdade. “É muito comum as pessoas não avisarem que estão gripadas, ou que têm sintomas respiratórios, principalmente os familiares dos pacientes.” Essa falta de informação pode atrapalhar o diagnóstico. “Geralmente existe um padrão: houve alguma aglomeração, um almoço em família, alguma festa ou pegou de alguém no trabalho e infectou as pessoas em casa”, completa.

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