Os padrões estéticos sugeridos e propagados pelas mídias sociais mostram, muitas vezes, uma imagem de homens e mulheres em busca de um corpo magro e definido, além de uma jovialidade permanente. A explicação é da psicóloga Fátima Corá Brandt. Segundo ela, os padrões estéticos contribuem com a propagação de um estereótipo que fortalece a busca por um “encaixe”.
De acordo com a profissional, o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), ou distúrbio de imagem corporal, é uma condição mental relacionada a uma preocupação exagerada com a própria imagem. A consequência disso é uma distorção de imagem. “Geralmente tem início na adolescência, momento em que começamos a dar ênfase ao próprio corpo. Esse transtorno é de difícil diagnóstico porque passa a ser confundido com vaidade excessiva ou autocuidado. As causas geralmente envolvem baixa autoestima, necessidade de afirmação na infância, autocrítica destrutiva, transtorno de ansiedade ou depressão.”
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As redes sociais não são, necessariamente, as motivadoras da condição, mas atuam como uma arma perigosa na mão de pessoas que estão em busca de uma perfeição idealizada e desejam aproximar a sua forma aos padrões de beleza exibidos.
Tal frustração, conforme Fátima, causa uma desorganização emocional e contribui para o aumento de quadros depressivos, ansiedade, alcoolismo e, para alguns, distúrbios alimentares, entre eles a bulimia e a anorexia. “Os portadores de TDC têm dificuldade em aceitar os limites por entender que a beleza e a aceitação estão vinculados a um corpo magro, definido e jovem, e por isso acabam entrando em conflito com a sua aparência e desenvolvem uma compulsão por procedimentos estéticos em busca de uma imagem ideal.”
Reconhecer esse transtorno e procurar ajuda psicológica, para a profissional, é o primeiro passo para a mudança. “Entender que somos seres vivos únicos e que temos uma linha do tempo que a biologia sabiamente conduz traz uma aceitação consciente sobre a vida e também uma compreensão daquilo que é natural e imutável.”
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ara Israã Hamid, farmacêutica esteta pós-graduada e com especialização em visagismo e consultoria de imagem e estilo, há uma grande diferença entre padrão estético e beleza. É ótimo cuidar de si, mas é preciso saber reconhecer exageros. Profissionais sérios da área da estética não fazem da condição mental uma forma de lucrar. Israã atua com consultoria justamente para identificar qual imagem cada um quer transmitir. “Cuidar de si, se sentir bela e estar feliz com a sua imagem não precisa ser o mesmo que exagerar nos procedimentos estéticos. É necessário saber reconhecer exageros e entender que beleza é algo personalizado para cada pessoa”, comenta.
Com experiência no ramo, Israã se prepara para lançar uma marca renovada, que foca no “sentir-se bem”. A marca Israã Hamid Beleza e Autoestima dá ênfase em conforto e amor próprio e a profissional oferece dicas e orientações sobre quais são as melhores cores de roupas para cada pessoa, quais procedimentos são adequados a cada cliente, qual corte de cabelo fica melhor para determinado rosto, entre outros. São de seis a oito encontros para adequar o processo ideal, reduzindo, assim, os excessos. “O exagero é ruim para mim também, o mais importante é a saúde, sentir-se bem consigo mesmo. É assim que eu trabalho”, explica.
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Além disso, Israã diz que é importante que as pessoas aprendam a se cuidar para além dos procedimentos invasivos. “É bom fazer procedimentos, mas não é preciso fazer vários em pouco tempo, podemos aceitar nosso amadurecimento com leveza. Por exemplo, eu sou contra fazer muitos procedimentos de harmonização facial antes de aprender a fazer o básico do autocuidado, como usar homecare, fazer exercícios, se alimentar bem, se hidratar.” A profissional frisa que o procedimento estético deve ser um complemento para a autoestima, mas ela não pode ser baseada somente nisso.
Junto a sua marca, que está repaginada, Israã está lançando o Método Único.
“Será utilizado isso tudo para saber sobre a imagem certa, o que a pessoa está transmitindo na imagem dela. Serão muitas coisas dentro desse método, como o teste de cores, morfologia, visagismo facial e corporal, e outros vários procedimentos.” Dentro da ideia da nova marca, está sendo lançado o programa “Autoestima: um processo de reencontro com o que te faz sentir bem”, que tem o objetivo de ir além de uma consultoria de imagem que olha apenas para as cores das roupas. “Vamos trabalhar com construção de estilo e personalidade, olhar para os traços de cada pessoa e fazer um plano personalizado de procedimentos estéticos”, finaliza.
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