Duas tutoras de animais tiveram que pagar taxas para recuperar seus próprios cães após eles serem recolhidos pela Prefeitura de Santa Cruz e os casos causaram repercussão nas redes sociais. Conforme o veterinário da Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Tiago Alberto Haas Marques, os resgates são feitos conforme a lei municipal, que diz que os animais não devem estar soltos em via pública, e sim domiciliados.
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Mesmo que o cão tenha placa de identificação, coleira ou seja microchipado, isso não exime o tutor da responsabilidade, já que o cachorro só deveria sair de casa com guia e acompanhado do proprietário. Mesmo que seja no bairro da residência, soltos sozinhos, os bichinhos estão expostos a atropelamentos e brigas com outros animais, podendo se perder ou se machucar.
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Quando a Prefeitura recebe alguma denúncia de que um animal foi encontrado, o Canil Municipal cria um protocolo com os dados recebidos. A condição de saúde do pet é fundamental para a classificação do caso como urgência, se ele estiver com ferimentos ou doente. Nos casos divulgados pela Gazeta do Sul na semana passada, as denúncias diziam que um dos bichos havia caído em um córrego e o outro teria sido atropelado, o que motivou os resgates.
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Conforme Marques, a estimativa é que dos 32 mil cachorros em Santa Cruz do Sul, cerca de 6 a 7 mil são animais de rua; e dos 12 mil gatos no município, por volta de 3 mil estariam em situação de abandono. Portanto, o órgão deve priorizar aqueles que necessitam de atendimento imediato. “As pessoas precisam ser honestas quando acionam o serviço, porque precisamos confiar na informação que elas passam”, explica. Após uma avaliação do profissional, se o cachorro estiver machucado ou com suspeita de ferimentos internos, ele é encaminhado para uma clínica veterinária conveniada da Prefeitura, por meio de licitação pública, onde vai passar por exames.
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Após o resgate, o animal que está na clínica fica sob tutela do Município, não sendo possível o tutor recuperá-lo diretamente. A entrega do cão ao proprietário somente é possível se o Canil autorizar o pagamento da taxa diretamente para a clínica. Do contrário, o dono deve assinar documentação junto ao Canil Municipal e pagar a taxa de resgate e eventuais custos previstos em lei, como diária, alimentação, microchip e medicações, além de exames e internação. De acordo com Tiago Marques, a castração não é cobrada, porque faz parte do projeto de esterilização da Prefeitura. Todos os cachorros resgatados pelo órgão, em boas condições de saúde, passam por esse procedimento.
O problema
744 protocolos de abandono de animais foram abertos em Santa Cruz do Sul em 2019.
O que foi feito
707 bichos foram recolhidos, por falta de espaço no Canil Municipal. Ocorreram 425 adoções.
Resgates seguem protocolo
Segundo Felipe Wazlawik, da Clínica Wazlawik, a empresa é apenas uma prestadora de serviços para a Prefeitura e não pode recolher animais sem seguir o protocolo. Da mesma forma, mesmo que o dono procure o estabelecimento, a entrega do pet não pode ser feita sem a autorização do Município. Ele destaca que Santa Cruz é uma cidade que tem um atendimento exemplar com animais resgatados. Depois de passar por triagem e exames, os cachorros recebem o mesmo atendimento disponibilizado a um cliente particular. Mais tarde, eles são encaminhados pelo Canil para adoção responsável.
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A ONG Protetores de Santa Cruz também divulgou uma nota sobre o caso, explicando que não estava envolvida no recolhimento desses pets. “A nossa ONG, quando efetua um resgate, assume ele desde o momento que o animal é resgatado, até sua adoção. Sobre a nossa parceria com o Canil Municipal, o que fazemos é promover feiras de adoção com eles, bem como retirar animais mais vulneráveis de lá para lares temporários. Hoje, por exemplo, temos oito animais do Canil em lares temporários”, explica a voluntária Francine Camara Kaercher.
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