Santa Cruz do Sul

Entenda como funciona a entrega de doações para outros municípios

Logo após os eventos extremos do fim de abril e começo de maio, teve início no Rio Grande do Sul uma operação de grandes proporções para receber, triar e encaminhar doações aos municípios e pessoas atingidos. O esforço, coordenado pelas regionais da Defesa Civil e apoiado por instituições civis e militares, exige uma logística muito bem executada para garantir que todas as demandas sejam atendidas com a maior brevidade possível, mas sem deixar de lado a organização.

Assim que o gabinete do vice-governador Gabriel Souza foi transferido para a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em Santa Cruz do Sul, o ginásio da instituição se transformou em um centro de recebimento de donativos. Com o passar dos dias, o local ficou pequeno e foi necessário ocupar novos espaços, que foram cedidos pelas empresas ATC e Expresso São Miguel, em Santa Cruz, e o Parque da Expoagro, em Rio Pardo. Somados, eles já receberam mais de 4 mil toneladas de mantimentos.

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Na manhã dessa sexta-feira, 17, a Defesa Civil Regional concedeu entrevista coletiva no Parque da Expoagro para atualizar os números. Das 4 mil toneladas recebidas, cujos itens incluem alimentos não perecíveis, água, produtos de higiene, limpeza, medicamentos e colchões, 1,47 mil foram distribuídas aos 62 municípios de abrangência da regional e a outros oito municípios, entre eles Cachoeira do Sul e São Jerônimo e os localizados na região da Quarta Colônia, perto de Santa Maria.

Segundo o coordenador da Defesa Civil Regional, coronel Claiton Marmitt, a quantidade total é uma estimativa, tendo em vista que as cargas não possuem nota fiscal. Além disso, muitos caminhões transportam donativos variados. Assim, o cálculo é feito com base na capacidade de transporte dos veículos.

Outra questão importante diz respeito ao trabalho de descarga desses caminhões, que em muitos casos foi mais demorada porque os produtos não estavam embalados e posicionados sobre paletes, inviabilizando o uso das empilhadeiras. “Não é como uma empresa de logística, onde o pessoal tem operadores e está acostumado. Aqui, por muitas vezes, foi um trabalho braçal”, observa o tenente-coronel Vanderlan Frank Carvalho, também da Defesa Civil.

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No Parque da Expoagro, além do auxílio dos funcionários da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), há militares do 7º Batalhão de Infantaria Blindado, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, além de voluntários.

Estoques

Também presente na coletiva, a diretora-geral do gabinete do vice-governador, Daniela Machado, explicou os critérios para distribuição e estocagem dos donativos que chegam a todo momento vindos de várias partes do Brasil. Segundo ela, todas as demandas dos municípios e famílias atingidos estão sendo atendidas o mais rápido possível, mas há regiões que foram completamente destruídas e vão precisar de ajuda humanitária por um longo tempo.

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Esse é o motivo de haver, sim, depósitos com produtos que não estão sendo encaminhados imediatamente às localidades atingidas pelas cheias. “Precisamos tranquilizar os cidadãos, toda a ajuda que o Estado está recebendo irá chegar. Se por algum momento houve impressão de que os depósitos estão abarrotados e as pessoas estão passando necessidade, isso nunca foi verdade.” Ela agradeceu ainda o apoio de todos os voluntários e instituições que de alguma maneira contribuem com os esforços da Defesa Civil.

Água, alimentos não perecíveis e agasalhos não são mais prioridade. O foco agora são os cobertores e os colchões

Recebimento e descarga das carretas se tornaram desafios logísticos

De acordo com o tenente-coronel Vanderlan Frank Carvalho, o Parque da Expoagro foi escolhido pela boa localização e também pelo amplo espaço coberto e fechado para acomodar todos os donativos que chegaram.

A Defesa Civil acreditava que o lugar seria suficiente para pelo menos uma semana de recebimentos. A solidariedade, contudo, provou-se muito maior do que o esperado e no segundo dia a capacidade estava praticamente esgotada. Assim, foi preciso contar com o apoio da ATC e da Expresso São Miguel para a criação de novos centros logísticos. “Essa fase inicial foi desafiadora e agora nós enfrentamos outro desafio, que é triar toda essa carga, montar cestas básicas e dividir em kits para que tudo chegue da melhor forma àqueles que precisam”, afirma.

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Algumas carretas, por terem sido carregadas de forma manual e com produtos diversos, precisaram ser descarregadas do mesmo modo. Com isso, alguns veículos exigiram mais de duas horas para a conclusão do processo, num momento em que havia dezenas aguardando para descarregar.

Cerca de 80 voluntários atuam diariamente nesse trabalho, além da participação dos militares do Exército. Ao comentar as principais carências, detalha que já há água, alimentos não perecíveis e agasalhos suficientes para atender à demanda. O foco agora são colchões, roupas de cama e cobertores. “As pessoas voltarão para as suas casas e vão precisar desses gêneros de primeira necessidade.” Devido à lotação dos espaços, novas cargas estão sendo direcionadas para Passo Fundo e Santa Maria.

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Paula Appolinario

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