Em 12 de agosto, Santa Cruz do Sul atingia o pico de casos de Covid-19 ativos, quando foram registrados 185 pacientes em isolamento ou internação. Naquele dia, o número de pessoas confirmadas com a doença chegava a 586, enquanto o de recuperadas era de 325, ou seja, 55,4% dos contaminados não estavam mais com o vírus. Passados cerca de 45 dias, embora o número de infectados tenha mais que dobrado, a realidade é diferente: são 1.189 pessoas contaminadas, das quais 94,6% (1.125) já estão recuperadas e o número de casos ativos é somente 55.
“Os casos ativos, geralmente, são pessoas sintomáticas. E, como sabemos que a maioria das pessoas será assintomática, a redução dos sintomáticos significa que, possivelmente, estamos chegando ao que chamamos de imunização de rebanho. Isso ocorre quando as pessoas adquirem a doença, não apresentam sintomas, ficam protegidas e diminuem o número de contactantes. Com isso, menos pessoas ficam doentes e o vírus vai se extinguindo”, explica o infectologista Marcelo Carneiro.
Apesar de ter uma média de 107 novos casos por semana neste último mês, o secretário municipal de Saúde, Giovani Alles, frisa que o número de pessoas recuperadas também cresceu consideravelmente. “Enquanto em 25 de agosto havia 710 casos confirmados e 530 deles recuperados, o que equivale a 74,6% dos contaminados, em 25 de setembro, temos mais de 94% recuperados. Muitas pessoas contraíram a doença, mas se recuperaram sem complicações ou sequer tiveram algum sintoma.”
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Diante dos dados, a esperança de que a situação se normalize torna-se ainda maior, conforme o infectologista Carneiro. “A pandemia deve estar chegando ao fim. Talvez ainda leve algum tempo, mas, sem dúvida, vamos reduzir bastante os casos. Isso significa que podemos pensar em condutas mais liberadas, em novas flexibilizações em todos os serviços”, comenta.
Especialista do comitê para Cogestão Regional e integrante do Gabinete de Emergência, ele lembra das medidas que já vêm sendo providenciadas. “A Cogestão Regional adotando bandeira amarela já demonstra uma agilidade do processo, o que faz com que a gente comece a pensar em uma vida diferente, mas claro que ainda precisamos tomar alguns cuidados”, salienta.
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Veja a comparação com outros municípios
Outro ponto importante em relação ao cenário de Santa Cruz é o comparativo com municípios gaúchos de porte semelhante. Conforme levantamento feito no site do governo do Estado na manhã dessa sexta-feira, dentre as cidades com população estimada de 120 mil a 141 mil habitantes, o município tem o melhor índice de mortalidade por Covid-19 a cada 100 mil habitantes. Santa Cruz aparece com 6,9, seguida por Bagé (9,9), Uruguaiana (11), Cachoeirinha (47,6), Sapucaia do Sul (49,6) e Bento Gonçalves (92,2).
“É claro que cada cidade tem as suas características e os seus comportamentos. Cachoeirinha, por exemplo, possui um grande fluxo de pessoas que vão até a Capital somente a trabalho; Bento Gonçalves é muita turística; assim como a nossa cidade recebe muitos estrangeiros por conta das fumageiras. Mas, certamente, nossas ações também contribuíram para os números. Desde muito antes de a pandemia chegar a Santa Cruz, já alertávamos sobre os cuidados que deveríamos ter, fizemos restrições e os setores empresariais colaboraram com as nossas ações”, finaliza o secretário de Saúde.
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