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‘Então é Natal, e o que você fez?’

Uma data especial, pelo menos para os cristãos, que deveria homenagear o nascimento de Jesus, mas é cada vez mais materializada, pouco sobrando para o aniversariante. Junto com outras canções de Natal, repetidas a cada ano, talvez a que melhor tenta resgatar um pouco do espírito da festa seja So this is Christmas (Então é Natal), de John Lennon e Yoko Ono. A letra da música remete a inúmeros questionamentos, pouco lembrados no mundo atual:

“Então é Natal: e o que você fez? Mais um ano que terminou. É um ano que está apenas começando…” É um tempo apropriado para fazermos um balanço, não só de nossos bens materiais, de nossas empresas, de nossas atividades, de nossos relacionamentos, mas de nossa vida também. O que fizemos, o que deixamos de fazer, o que nos aconteceu de bom e de ruim? Começaríamos acertando, por exemplo, nossas dívidas, não só para tirar o nome de algum órgão de restrição de crédito ou dar uma satisfação ao credor, mas, principalmente, para nós mesmos porque esses débitos financeiros geram, também, débitos espirituais, ainda mais se, de alguma forma ou até alheios a nossa vontade, tenhamos sido beneficiados.

“E, então, é Natal, espero que vocês se divirtam. Quem está perto e quem é querido. Quem é velho e quem é novo…” Nessas datas de correrias, confraternizações, viagens, na busca quase frenética por diversão,  facilmente bebe-se além da conta e, mesmo que todos já saibam que “bebida e direção não combinam”, esquecemos isso  ou achamos  bobagem. Aí, muitas vezes, acontecem os acidentes, principalmente no trânsito, deixando enlutados familiares, amigos, colegas, conhecidos. Além disso, enquanto muitos fazem verdadeiras maratonas para estar junto de seus familiares, outros, querendo aproveitar melhor as festas, levam seus pais ou sogros de mais idade para algum asilo ou casa geriátrica, sob a justificativa de essas pessoas ficarem melhor acomodadas e cuidadas; um estabelecimento desses, chegou a exibir uma faixa, na qual oferecia preços especiais para as festas de fim de ano.

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“Um Natal muito alegre.  E um Ano Novo feliz. Esperamos que seja um bom ano. E sem medo”. Para ser alegre, um Natal não precisa ser aquele dos sonhos, cheio de presentes caros, na casa maravilhosa, cercado de gente linda e interessante… mas, aquele possível. Aquele que acontece onde podemos estar, com a comida que podemos oferecer ou compartilhar, com a roupa que conseguimos comprar, com os presentes que demonstram mais atenção e carinho do que o poder e dinheiro, e, principalmente, com o sorriso franco e com a consciência tranquila. É isso que deve ser priorizado porque, em uma semana, um novo ano inicia. Para nós, brasileiros, são grandes as expectativas para o próximo ano, principalmente, com a posse de novo presidente e novos governadores, além da expressiva renovação do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas. Independente em quem votou na última eleição, a torcida agora é que os novos governantes consigam dar um novo rumo ao Brasil, com mais segurança, saúde, educação, prosperidade para todos.  

“Então é Natal. Para os fracos e os fortes. Para os ricos e pobres. O mundo é tão errado…” É verdade, enquanto para milhões de pessoas falta o essencial, como o alimento, outros, acomodados em suas casas ou apartamentos ou, ainda, reunidos em clubes e outros locais, desperdiçam comida, bebida, dinheiro. Frei Beto já dizia que, talvez, “seja no Natal que nossas carências ficam mais expostas. Damos presentes sem nos dar, sem cuidarmos de nós, recebemos sem acolher, brindamos sem perdoar, abraçamos sem afeto, damos à mercadoria um valor que nem sempre reconhecemos nas pessoas.”. Como nação, estamos acostumados a sustentar todo tipo de parasitas, corruptos, governantes e, principalmente, deputados e senadores, omissos ou lerdos em questões de interesse do país, mas rápidos em aprovar assuntos pontuais que dizem respeito, geralmente, a eles próprios.

“Então, Feliz Natal. Para negros e brancos. Para amarelos e vermelhos. Vamos parar de brigar…” Não só os litígios históricos entre povos, nações, grupos. Também as brigas nas empresas, escolas, estádios e igrejas; nas ruas, prédios, apartamentos e casas… Desavenças, decorrentes, geralmente, de intolerâncias políticas – o que não significa ter que concordar com “assaltos” ao bolso dos contribuintes -, intolerâncias sociais, étnicas, religiosas, esportivas, familiares.

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Conclusão

À medida que se próxima a data da festa, a rotina das pessoas e das cidades, independente das crenças de cada um, se altera numa grande efervescência que acaba na noite de Natal. Compras de presentes, trânsito, jantares e almoços de Final de Ano, viagens, férias, Reveillon, impõem às pessoas um ritmo diferente que, somado à rotina, pode gerar um estresse que para alguns é até sentido como positivo. Para outros, entretanto, representa um pesadelo. Dizem que não gostam do Natal, é algo triste, melancólico e até depressivo, preferindo isolar-se, por conta de lembranças amargas ou porque tem a ver com solidão. Mas, para a maioria, felizmente o objetivo simbólico do Natal é fazer com que o coração das pessoas de todos os cantos do planeta seja tocado por sentimentos de paz, amor e solidariedade. No fundo, em  cada ano que passa, é a esperança renovada por um mundo melhor, livre da energia do ódio e do egoísmo que contamina corações e mentes. Então, é Natal… Aproveitemos o espírito natalino como instrumento transformador de realidades. 

Feliz Natal!

 

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