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Ensinando e aprendendo dentro e fora da sala de aula há quase cinco décadas

Imaginar-se hoje distante das tecnologias, ainda mais após as rápidas transformações exigidas pela pandemia, é algo complicado. Mas, a professora que estampa esta reportagem iniciou sua trajetória em um período que sequer haviam tantas facilidades de transporte como existe hoje. E, sim, ela adaptou-se às novas realidades.

A menina sonhadora, Ivone Neu Secretti, antes mesmo de conhecer uma professora e ir à escola, dizia que queria ser uma. Foi então que, mesmo tendo estudado apenas até a quarta série, aos 15 anos de idade tornou-se uma educadora. No interior de Ibarama, caminhava longa distância para lecionar aos alunos cujas idades eram próximas a sua. “Era uma criança ajudando outras crianças”, menciona.

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O sonho então se realizava e ela seguia o percurso. Neste trajeto somaram-se os três filhos, o cuidado com eles e com o lar, e uma vontade imensa de contribuir com o mundo através da educação. “Foi uma fase com muitas preces, porque muitos dias ia para a escola e deixava filho chorando. Isso não aconteceu só comigo. É um amor inexplicável, o que torna ainda mais difícil para as mães. Por isso digo que nem tudo vai ser fácil, mas nada é impossível. Minha formação foi sendo em longas etapas. Aos poucos fui subindo degrau por degrau. Primeiro concluí o 1º grau, depois fiz o Magistério, então veio a Pedagogia e a Pós-Graduação”, reforça.

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Na tão sonhada formatura em Pedagogia

Foram mais de 20 anos como professora na EMEB Borges de Medeiros em Sobradinho (onde leciona atualmente) e outros tantos anos divididos entre EMEIs do município. “Fui estudando e a caminhada foi acontecendo. Foi um roteiro maravilhoso, de muito conhecimento e muitas amizades”, destaca a professora, hoje aos 63 anos.

De lá para cá, os anos passaram como num piscar de olhos e, em 2022, completará 48 anos como docente, ensinando os pequenos das séries iniciais. Já há netos de seus primeiros alunos integrando suas turmas nos últimos anos e, inclusive, seus próprios netos são seus alunos. “Para mim não parece que se passaram quase cinco décadas. Acredito que a mulher consegue sim, se persistir, conciliar a família, trabalho, estudo. Deus nos deu essa inteligência. A gente precisa correr atrás e desenvolver tantas habilidades possíveis para que deixemos nosso legado no mundo”, enfatiza.

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Na fala de Ivone fica evidente a paixão pelo que faz, a determinação para seguir seus sonhos e a luta para não desistir, mesmo quando com os filhos pequenos. “A luta foi contínua. Só que acima das dificuldades e desafios, a gente precisa ter a vontade de vencer e acreditar que dias melhores virão. E assim continuo, acreditando que o nosso mundo pode sim se transformar em um lugar melhor. A gente vê e percebe que há seres diferentes, com muita inteligência, capacidade, e que clamam por uma orientação, por perceber que estamos aqui, e nossas crianças precisam disso. Amo ser professora. Há muito trabalho, mas é muito gratificante”, enfatiza ela, que também influenciou as duas filhas a seguirem o magistério. Atualmente, uma delas é coordenadora do Polo Regional de Ensino e a outra migrou para a área da Advocacia.

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Como a professora Ivone, existem muitas mulheres, professoras, mães, transformadoras de realidades, que se espelham em outras mulheres e buscam oferecer ao mundo o que de melhor possuem: amor, comprometimento e muita garra. “Em todos os momentos a mulher tem que acreditar nela mesma. Acreditar que a força vem, assim como os desafios. Mas, nos tempos atuais, acredito que a mulher precisa de muito mais resiliência e empatia. São muitos desafios nessa vida moderna. A mulher não para. Então é preciso equilíbrio entre o que é urgente, necessário, para que nós mulheres não deixemos de olhar para nós, de se autocuidar.”

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Ainda neste sentido, acrescenta que a mulher precisa sim buscar autonomia e independência. “Sabemos que hoje tudo é muito competitivo, especialmente na área do trabalho. Então, quanto mais as mulheres buscarem conhecimento, cursos profissionalizantes, melhor será. Desejo que todas acreditem que são capazes de serem felizes, que vieram a este mundo com a capacidade de se promover, ser feliz, conquistar a vida que cada uma quer.”

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Meio ano após se aposentar, a professora Ivone estava em casa, mas com a cabeça na escola, por isso, retornou para o que ama fazer: lecionar. “Meu trabalho é onde me sinto realizada. Tomei a decisão de que vou parar de dar aula quando não tiver mais saúde ou alguém me disser ‘agora tu não serve mais’, pois porque vou deixar de fazer algo que me faz bem, onde aprendemos juntos em sala de aula?”

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