Vez por outra deparo-me com situações nas quais me pergunto: como será possível conhecer tantas pessoas, das mais variadas atividades, de lugares e maneiras de pensar tão díspares?
Como jornalista há mais de 40 anos, admito que sou daquele tipo de pessoa que puxa conversa em qualquer ambiente, por mais inusitado que seja.
Meus filhos, que adoram debochar deste velho “escrevinhador de causos”, costumam dizer, entre risadas e ironias:
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– Se a gente largar o pai num potreiro ele vai falar com o gado ou vai puxar conversa com a cerca ou as árvores!
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Exageros à parte, sou um apaixonado pelas relações humanas. Gosto de trocar ideias porque em cada bate-papo é possível descobrir histórias de vida incríveis. Também me deslumbro com trajetórias edificantes ou enredos inacreditáveis de reinvenção do ser humano e de criatividade para vencer dificuldades. Muitos relatos soam como roteiros de filmes de ficção, tamanha a dose de superação.
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Nesta semana, quando disparei os convites para o lançamento de mais um livro, elaborado na companhia de outros 12 amigos jornalistas, tomei consciência da infinidade de amigos, conhecidos e ex-colegas – de trabalho e dos bancos escolares – cujas relações ainda mantenho vivas, mesmo que às vezes à distância. É um hábito que alegra o coração e reconforta a alma.
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Como já escrevi neste espaço, por volta dos 50 anos, me propus a reencontrar afetos que deixaram significado importante em minha vida. Isto, aliás, rendeu uma das três crônicas que publico neste novo livro, intitulado Crônicas para ler com cAlma – volume 2. Em tempos de redes sociais – embora não mantenha nenhuma, à exceção do antigo Twitter – é possível descobrir velhos amigos.
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Uma das crônicas do livro, denominada “Na busca dos amigos”, conta o hábito que mantenho de participar de eventos como os aniversários de formatura de turmas do colégio, datas importantes com a galera do futebol ou daquele grupo do coral do colégio dos velhos tempos de infância e de adolescência.
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Os reencontros são verdadeiros bálsamos para encarar as agruras da vida e, principalmente, as dificuldades da velhice. Sim, aos 63 anos, seria hipócrita dizer que tudo é um mar de rosas composto somente de felizes recordações e de uma vida de viagens a lugares paradisíacos. Os cuidados com a saúde, as preocupações com o sustento e as desgastantes relações familiares são obstáculos que nem sempre são superados com facilidade.
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Reencontrar velhos amigos também permite ajudar parceiros que estão sozinhos diante do ocaso da vida. Não se trata apenas de organizar “vaquinhas” de cunho financeiro, mas oferecer um ombro amigo e ajudar concretamente para superar encruzilhadas que a vida impõe.
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