O Brasil presidiu, neste ano, o G-20, que é o grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo. Coube ao país organizar e sediar uma série de reuniões, com diferentes focos, que culminaram com o encontro dos presidentes, em novembro.
Um dos momentos de maior relevância é a conferência dos representantes da área da economia, que podem delinear caminhos a serem seguidos na ordem mundial. O ministro Fernando Haddad defendeu, na ocasião, a formatação de um tributo para grandes fortunas. Na prática, eles apontam o que será debatido pelos gestores, que têm o poder da caneta para a tomada de decisões.
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Os assuntos tratados nessas cúpulas ou encontros multilaterais, no entanto, costumam ser mais uma forma de evidenciar boas intenções do que resultar em ações efetivas. “São raras as situações em que há algum desdobramento com desfecho concreto, como metas e compromissos firmes assumidos pelas partes”, destaca o consultor e professor da Fipecafi, Diogo Carneiro.
Ele explica que o entendimento fica dificultado, em função de tratar-se de um número grande de países e seus interesses. Isso não quer dizer, porém, que percam a sua utilidade ou finalidade, pois servem para manifestações, que podem delinear os eixos que devem nortear eventuais compromissos futuros. “Servem também como parâmetro para avaliação de governantes e dirigentes por seus próprios eleitores e públicos de interesse”, acrescenta. Explica que os discursos feitos ao mundo, pelos representantes dos países, têm como foco o seu próprio público.
Algumas variáveis ganham relevância nos debates, em encontros como os proporcionados pelo G20. Uma delas é a dicotomia meio ambiente/economia. O professor Carneiro entender ser difícil prever o impacto das questões ambientais na economia global, mas reforça que é um problema que vem sendo abordado sob diversos pontos de vista, a exemplo da Conferência das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP 29) e das novas regulamentações e normas que envolvem a natureza e a sustentabilidade.
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Enquanto há incerteza sobre a relação meio ambiente e economia, um ponto é quase consenso. “Não há dúvidas de que o desfecho da eleição norte-americana, com a vitória de Donald Trump, altera a percepção do papel dos Estados Unidos nas instituições multilaterais. Isso, porque é notório que Trump é avesso a organizações internacionais, o que fragiliza a posição dos norte-americanos em eventuais decisões. “O que resta é uma acentuada incerteza em relação ao papel do país nas relações internacionais, a partir de 2025, principalmente no que diz respeito a questões de interesse mais globais e menos locais”, destaca Carneiro.
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