Dentro das atividades dedicadas a pessoas com deficiência e em alusão ao Agosto Laranja, o Centro Regional de Referência em Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA), do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), realizou nessa quarta-feira, 16, um encontro especial com profissionais ligados ao tratamento do autismo e familiares de pessoas com essa condição. A troca de ideias ocorreu na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul e reuniu cerca de cem pessoas.
O tema apresentado foi o funcionamento do cérebro de um autista, com mediação do neuropediatra Cristiano Firpo Freire. “Trata-se de um encontro para divulgar informações e quais as formas de assistência para uma pessoa com espectro autista”, disse o profissional. Dados de 2021 apontam que na região, nos 13 municípios de abrangência do Cisvale, há cerca de 500 pessoas com autismo. “Os índices mostram que a cada ano mais pessoas têm essa condição. De certa forma, demanda uma assistência mais complexa de profissionais da área”, ressaltou Freire.
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Para a diretora-executiva do Cisvale, Léa Vargas, falar sobre o autismo é importante, em especial no Agosto Laranja, e é uma forma de mobilizar a comunidade a ter mais conhecimento sobre o assunto. Os eventos promovidos pelo Centro TEA têm como proposta apresentar as formas de desenvolvimento da linguagem, fato importante para a socialização de um paciente com TEA. A programação segue hoje em Vera Cruz, com palestra sobre a inclusão e direitos das pessoas com deficiência.
Aprendizado é diário com o filho
Os pais do jovem Lucas Flores Azeredo, 22 anos, que tem um grau leve de autismo, afirmaram que o encontro foi importante para a obtenção de novos conhecimentos. “Estamos sempre em busca de melhorar as formas de lidar com uma pessoa autista”, disse a mãe, Jaqueline Flores. “Desde pequeno já se observava que algo estava diferente, mas o diagnóstico do espectro foi feito já adulto. A partir disso, estamos conseguindo lidar melhor com a situação”, explicou.
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O pai, João Pedro Azeredo, acrescentou que a rotina com o filho é um aprendizado diário. “A gente acaba fazendo uma autoavaliação, e observamos que também temos dificuldades.” O jovem Lucas frisou que o autismo envolve uma gama complexa de níveis do espectro, com pessoas com alto grau de dificuldade, e outras menos. “É como a ansiedade ou depressão, não é um empecilho para a vida, pois há como viver bem também com o autismo.”
Carteira para garantia de direitos
Uma pessoa com autismo deve ter seus direitos garantidos. Como forma de assegurar isso, existe a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (Ciptea). O documento contém informações de identificação da pessoa com TEA, contato de emergência e, caso tenha, informações de seu representante legal/cuidador, para oportunizar mais segurança e autonomia aos beneficiários do serviço.
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A Ciptea é um instrumento que visa garantir a atenção integral, o pronto atendimento e a prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social, mediante a apresentação do documento pelo cidadão.
Conforme a assistente social Claudia Queiroz, que integra o Centro TEA do Cisvale, o documento pode ser solicitado de forma online pelo site da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders); na Apae de Santa Cruz do Sul ou na Secretaria Municipal de Assistência Social. Após a solicitação, o prazo de recebimento da carteirinha é de 30 dias.
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