Regional

Encontro em Herveiras mostra o valor das sementes crioulas

Aos 17 anos de idade, a moradora de Vera Cruz Vitória Sehn conhece, na prática, o valor de uma semente crioula. A propriedade de meio hectare onde mora com os pais, em Linha Capão, deixou de ser ocupada por ferro-velho para se tornar área de cultivo de alimentos de qualidade. “Esse tipo de grão possui uma formação genética que possibilita a melhora do solo”, conta a estudante da Escola Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol) que conheceu mais sobre a área na própria sala de aula.

Na manhã dessa sexta-feira, em Herveiras, Vitória era uma das cerca de 250 pessoas que participavam do 6º Encontro Regional de Sementes Crioulas do Vale do Rio Pardo. Com um expressivo público jovem, o evento itinerante ocorreu dentro da programação da 5ª Herveifest, no Parque Municipal de Eventos Osmar Claas. As atividades seguiram pela tarde, com palestras, relatos, oficinas e trocas de sementes.

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O extensionista Evandro Scariot, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, reforçou o papel da iniciativa para a agricultura, especialmente a familiar. “As sementes crioulas possibilitam uma produção de alimentos com qualidade nutricional, ampliam a biodiversidade e proporcionam autonomia aos produtores”, salientou. De acordo com ele, o trabalho envolve uma série de entidades que trabalham em prol do desenvolvimento de toda a cadeia produtiva.

Scariot: alimentos com mais qualidade
Vitória conheceu a alternativa na escola

De Ibarama, os guardiões de sementes crioulas Mário e Renilde Raminelli compartilharam sua experiência durante a palestra sobre viabilidade da produção. “Começamos a lidar com isso a partir dos nossos pais, avós e tios que já as preservavam”, comentou Mário.

Na propriedade do casal há mais de cem variedades de sementes, fruto de um trabalho técnico e organizado, assessorado por diferentes instituições. Entre elas, o milho sertanejo é utilizado por Renilde para a fabricação de artesanato. “Já fazia quando criança, mas desde 2018 passamos a investir mais”, disse ela.

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Renilde e Mário Raminelli, de Ibarama, dizem que a tradição é passada entre gerações

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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