Estamos na semana em que se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil. A data oficial, 18 de abril, marca o aniversário daquele que é considerado o pai da literatura infantil brasileira, Monteiro Lobato, que nasceu em 1882, e veio a falecer em 1948. Responsável por obras como Sítio do Pica-Pau Amarelo, o escritor eternizou diversos personagens no imaginário de crianças e jovens.
Cada vez mais coloridos e com elementos que transcendem a escrita, acrescentando-se imagens e outros recursos, até mesmo táteis, os livros são grandes fomentadores do conhecimento. E, na fase inicial da vida, constituem-se de um recurso fundamental para a formação humana. Decodificar letras, símbolos, uni-los em múltiplos significados, fazer pensar, refletir, transmitir… o processo de interpretação, da leitura e da escrita são janelas de infinitos mundos que se abrem para aqueles que do aprendizado se valem.
E se a data é do livro infantil, todos os dias são do incentivo à leitura. Para quem vivencia no cotidiano a magia da alfabetização, um papel desafiador e ao mesmo tempo gratificante, os livros são os grandes aliados. Diariamente, milhares de professores embarcam em uma viagem que exige conhecimento, dedicação, paciência e amor. E no balanço entre ensinar e aprender, o voo, que está repleto de crianças, sempre têm como destino o avançar de uma nova fase.
Tendo desde a infância o incentivo da mãe para usufruir e amar os livros, a professora e jornalista Ana Luiza Deicke, 27 anos, transmite esse gosto aos seus alunos. Primeiro atuando na Educação Infantil, hoje trabalha com turmas dos Anos Iniciais, 1º e 5º anos. Nessa divisão, atende a crianças que ingressam no processo de alfabetização e também aqueles que se veem diante do avanço para um novo ciclo. “Eu tive essa presença e exemplo em casa. Mesmo minha mãe tendo estudado somente até a quarta série, ela sempre ia à biblioteca, lia muito. Então por isso que neste momento de leitura na escola eu sento com eles e leio, porque eles vão me ver lento e, ao me ver rindo lendo um livro, ao me ver encantada com aquelas imagens, talvez se sintam entusiasmados para sentir o que eu estou sentindo também através da leitura”, revela.
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Para a professora, o caminho é uma construção que se inicia muito cedo, passa pela educação infantil, chega ao 1º ano e segue adiante. “Desde o fazer a ligação das letrinhas, das vogais e consoantes, é uma soma de aprendizado. Nesse início, a leitura que eles têm dos livros é de palavras mais simples, é mais visual, dos elementos, e é isso que funciona para que aprendam, também ouvindo e contando histórias”, ressalta.
Seja na biblioteca, na sala de aula ou no pátio da escola, sempre há lugar para abrir um livro. Nessa semana, assim como ao longo do ano letivo, ele faz parte das atividades. Com a turma do 1º ano da Escola Municipal de Educação Básica Espírito Santo, de Sobradinho, não é diferente. Orientados pela professora Ana Luiza, os pequenos também participam de ‘paradas literárias’, minutos dedicados à leitura e à construção do imaginário, do despertar a curiosidade, de partilhar o entendimento e ampliar o vocabulário. E tudo tem um ‘jeitinho’ de aconchego para que a viagem não seja cansativa e a experiência seja a melhor possível. “A gente organiza o espaço, então eles pegam os livros, folheiam, trocam com colegas. As imagens neste momento é o que desperta uma curiosidade deles criarem uma história, para que, a partir disso, queiram achar palavrinhas para compor essa história. Então, quando os alunos começam a entender que as letrinhas se ligam e transformam-se em palavras, eles começam a ter vontade de ler livros que tenham mais frases, mais texto”, comenta a pedagoga.
Acompanhando uma dessas paradas literárias na EMEB Espírito Santo, todos com livros em mãos, já formando palavras ou interpretando as imagens, ouvindo a professora ou escutando atentos às histórias ‘inventadas’ pelos colegas, se reforça a importância do livro, da leitura e do momento de atenção para o aprendizado das crianças, e que este não deve ficar apenas entre as paredes da escola.
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Para Ana Luiza Deicke, Monteiro Lobato também é inspiração. “Ele entendeu que tudo começa aos poucos. Que para que um adulto tenha interesse em ler um livro de 300 páginas, por exemplo, ele vai ter que começar com um livro sem palavras ou com poucas palavras, então Lobato é uma referência. Assim como sou professora, também sou escritora. Então essa data deve ser enfatizada, porque a leitura faz a gente se tornar cidadãos capazes de argumentar e viver em sociedade”, ressalta, pontuando também a importância que o livro impresso continua a ter em todo esse processo, mesmo diante de tantas inovações tecnológicas.
Na Feira do Livro de Sobradinho em 2023, Ana Luiza lançou seu livro “Quando o céu está azul”, voltado ao público infantil. E aí, impulsiona também um possível pensamento como ‘Minha profe, que tá aqui comigo diariamente, é escritora também’. “Isso acaba se tornando parte da realidade e fazendo o que eles se sintam capazes também, quem sabe, no futuro, se tornarem escritores. Todo incentivo é importante. E através da leitura a gente também consegue conhecer o mundo”, reforça.
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