Enart na Comunidade faz cultura gaúcha ganhar o Centro de Santa Cruz do Sul

Como o próprio nome do evento sugere, o Enart na Comunidade, que neste ano alcançou sua terceira edição, tem por objetivo aproximar o santa-cruzense do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha. Para tanto, leva ao centro da cidade uma demonstração do que acontece nos palcos montados junto ao Parque da Oktoberfest, nos quais peões e prendas das 30 regiões tradicionalistas do Rio Grande do Sul se apresentam nas mais diversas modalidades artísticas e culturais.

Conforme a produtora cultural do Enart, Lara Rosa Lindenmeyer, da LR Coordenação de Eventos, Comunicação e Gestão Cultural, a programação deste ano foi ampliada em mais um dia e ainda contou com palco para as apresentações e show musical. Lembra que a proposta é seguir melhorando ano a ano, de modo que se possa cumprir o objetivo de mostrar o Enart às pessoas.

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“Em 2022, o então presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, nos pediu para fazer essa integração entre evento e comunidade. Foi então que tudo se iniciou”, recorda Lara.

Já naquele ano aconteceu o Desfile Temático pelo Centro da cidade, reunindo os integrantes das 30 RTs num show de danças. No ano seguinte, repetia-se o desfile e ocorria também a Mostra Artística, para evidenciar os talentos apresentados no Enart. Agora, os eventos novamente ocorreram e em dias separados – o Desfile Temático na sexta e a Mostra Artística, acrescida de mais um show musical, no sábado à tardinha.

Subiram ao palco montado na Praça Getúlio Vargas seis dos 13 inscritos para a Mostra Artística. Entre as apresentações estava a declamação feita por Eleane Tavares, de 56 anos, integrante da Invernada Xirú Herança Nativa, do CTG Estância Alegre, de Santa Cruz. Ela declamou o poema No adeus a Jayme, de autoria de Odilon Ramos.

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Visivelmente emocionada, estava participando pelo segundo ano da Mostra. Atualmente, ela se dedica às danças e às declamações no CTG. “Todo o poema que leio, interpreto. Eu só consigo decorar e apresentar se fizer sentido para mim, se a mensagem me tocar”, observou. “Momentos como esse são para comemorar o estado de ser gaúcho.” Após as apresentações da Mostra Artística, por volta das 19h30 o grupo Alma Gaudéria, de Porto Alegre, fez o encerramento com um show musical.

As apresentações

• Declamação masculina (categoria xiru) – Antônio Gonçalves, do CTG Estância Alegre: apresentou o poema Tio Anastácio
• Declamação masculina (categoria juvenil) – Vitor Lopes, do CTG Gaudérios da Querência: apresentou o poema De volta à infância, de Sebastião Teixeira Correia
• Declamação feminina (categoria xiru) – Eleane Tavares, do CTG Estância Alegre: apresentou o poema No adeus a Jayme, de Odilon Ramos
• Declamação feminina (categoria mirim) – Antonella Feijó, do CTG Rincão da Alegria: apresentou o poema Prendinha, de Jurema Chaves
• Declamação feminina (categoria mirim) – Luna Fagundes, do CTG Gaudérios da Querência: apresentou o poema Tombos, de Maria Pampina
• Intérprete solista masculino (categoria adulto) – Eduardo Brunida Silva, do CTG Rincão da Alegria: apresentou a música Pêlos, do grupo Os Serranos

Nos acampamentos, integração e torcida

Em meio aos acampamentos, duas constatações foram unanimidade: a integração entre pessoas vindas de todo o Estado e as torcidas. Acomodados em barracas e trailers, familiares, amigos, equipes de apoio e até mesmo inscritos para as disputas nas modalidades em grupo e individual permaneceram todo o fim de semana no parque para acompanhar de perto as apresentações do Enart.

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Bem perto do Poliesportivo, onde aconteceram as Danças Tradicionais da Força A, estavam Rudinei Portela e sua filha, Manuela Tabaczinski Portela, atual 2ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul. Vindos de Erechim com mais quatro pessoas da família, estavam representando o CTG Sentinela da Querência, pertencente à 19ª Região Tradicionalista.

Acampados desde o meio-dia de sexta-feira, eles contaram que têm participado da programação nos últimos três anos. Essa era a primeira vez que montavam acampamento dentro do parque. Para tanto, alugaram um trailer para ter melhor acomodação e ficar perto dos locais das apresentações. “Nós gostamos muito da estrutura daqui. Além disso, é melhor estar acampado no parque, para facilitar o acesso aos locais das atividades”, ressaltou Rudinei.

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Explicou que, nos anos anteriores, a família alugou casa para ficar hospedada durante o evento. Embora o CTG Sentinela da Querência não tenha marcado presença na modalidade Danças Tradicionais no Enart deste ano, Manuela participou de Intérprete Solista Vocal feminino, para a qual vinha intensificando os ensaios ultimamente.

Participantes assíduos de outros eventos do gênero, Rudinei disse que costumam acompanhar essas programações em todo o Estado. Salientou também as amizades feitas nos eventos, bem como o convívio com as demais pessoas que estão acompanhando as equipes e os participantes. “Viemos em seis pessoas, mas hoje, por exemplo, fizemos almoço para umas 40 aqui. Esse convívio é muito bom. A gente faz amigos por onde chega.”

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