Eles não vão nem dormir em Santa Cruz do Sul, porque são de pertinho. O Departamento de Tradições Gaúchas (DTG) Piazito da Tradição, de Venâncio Aires, 24ª Região Tradicionalista (RT), vai se apresentar na noite de sexta-feira, 24, no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), e, logo depois, retorna à Capital do Chimarrão. Se conseguirem o feito inédito de chegar à finalíssima da Força B, voltam a Santa Cruz do Sul no domingo, 26, em busca de uma boa colocação entre os 20 melhores do Estado.
Já são quatro participações em finais do Enart, todas na Força B, conforme relembra o patrão da entidade, Bruno Silveira Cassariego. No entanto, nunca conseguiram a classificação para o domingo. “Esse é o nosso objetivo neste ano”, definiu. Para tanto, a preparação é intensa. “Para além da classificação, o que importa é fazermos o que nos propusemos”, afirmou.
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O trabalho para o Enart 2023 começou ainda no ano passado no Piazito da Tradição. Isto é, o grupo decidiu não participar do festival em 2022, fazendo somente dois ensaios por mês, para que tivessem tempo de montar coreografias e danças, já vislumbrando a edição deste ano. “Fomos bem nos rodeios e começamos a trabalhar uma temática, fazer pilcha nova. Chegamos com tudo pronto para este ano”, explicou.
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Na inter-regional de Sarandi, disputada em outubro, o DTG Piazito da Tradição conquistou o primeiro lugar. “Isso prova que nosso trabalho está bem em alta. A classificação para o domingo é uma consequência do que fizemos ao longo do ano. Estamos muito felizes”, analisou. Nestes últimos dias antes da final do Enart, a preparação será intensificada, chegando a três ensaios na semana, além de um bem extenso aos domingos.
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Os tambores seguem com o Piazito
Em 2019, a temática apresentada pelo DTG Piazito da Tradição, de Venâncio Aires, na Força B do Enart, foi o sincretismo de São Jorge. Isto é, como o santo é representado no catolicismo e na umbanda, religião em que é chamado de Ogum. Em virtude disso, um dos elementos mais representativos da coreografia de saída eram os tambores. “O grupo exigiu que a batucada fosse mantida na nova temática”, brincou o patrão da entidade, Bruno Silveira Cassariego.
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E o pedido foi atendido. Na temática deste ano, a invernada adulta aborda a curimba, nome dado ao grupo responsável pelas práticas musicais dentro da umbanda. “E isso é uma coisa que geralmente passa de geração em geração, então vamos retratar isso na entrada”, explicou. Já na saída, a umbanda, de forma mais ampla, será o foco.
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Um elemento destacado por Cassariego é o fato de que as prendas também tocam tambores. “Damos essa ênfase na mulher porque, em algumas religiões, não é permitido que elas toquem tambores. Na umbanda pode, e mostramos isso”, sublinhou. Assim, é como se o tema de 2023 fosse uma sequência do de 2019. “Temos muita aceitação, chama a atenção e contagia o público”, finalizou.
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Todos usam branco nas duas coreografias, o que exige duas trocas de roupa. Durante a apresentação das danças tradicionais, o grupo vai utilizar traje atual. As 18 prendas têm um vestido azul em degradê e os 12 peões vão vestir bombacha, colete, blazer azul escuro e camisa azul claro.
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