O previsível aconteceu. O aumento dos preços dos combustíveis nas refinarias, que havia sido adiantado em reportagem da Gazeta do Sul, foi confirmado pela Petrobras. Serão 18% a mais no litro da gasolina (de R$ 3,25 para R$ 3,86); 16,1% no gás de cozinha e 24,9% no diesel (de R$ 3,61 para R$ 4,51). Esses índices não devem chegar na integralidade às bombas. Na gasolina, a expectativa é de que se aproxime dos R$ 0,80 por litro.
Ainda não há a definição de quando poderá ser sentido o acréscimo, mas em razão do alto giro do estoque, a tendência é de que logo seja aplicado. Proprietário de posto, Roberto Ruschel destaca a importância da manutenção do congelamento de tributos, como o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Lamenta que nessa quinta-feira, 10, depois de anunciado o reajuste, não foi possível fazer novas encomendas ainda pelo preço antigo. “Aqueles que tinham programado entrega vão receber normalmente; quem quis aproveitar o valor, não teve como”, afirma.
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Para os consumidores foi diferente. Viveram uma situação que era comum na década de 1980 e início dos anos 1990, quando havia hiperinflação no Brasil. Querendo economizar, os santa-cruzenses foram aos postos nessa quinta. Desde o início da tarde, o fluxo de veículos foi intenso, superando os 30 minutos de espera em determinados estabelecimentos no início da noite.
O empresário Robson Lacerda foi um dos que aproveitou. “Estava com pouco menos de meio tanque, mas resolvi abastecer”, conta. Ele estava há mais de 25 minutos na fila. Com todo o movimento, o frentista já cogitava terminar a gasolina que chegou ao estoque ainda nessa quinta. A situação se repetiu, de acordo com a Agência Estado, no restante do Brasil, em alguns casos já motivando a aplicação dos novos valores, atitude que foi criticada pelo Procon paulista.
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Em outro ponto de Santa Cruz do Sul, o vigilante Rodrigo Severo Fernandes foi para a fila, que virava o quarteirão. Ao buscar a esposa no trabalho, soube do anúncio do aumento e foi garantir economia. “Temos que aproveitar, mas a fila está bem demorada. Neste liga e desliga, vou acabar gastando mais do que economizando”, brinca.
Proprietário de posto, Roberto Ruschel acredita que o aumento possa vir a se repetir, pois o Brasil estaria com preços defasados na comparação com outros países. A última alteração havia sido anunciada em janeiro, quando o barril do petróleo era negociado mundialmente a US$ 91,21. Nessa quinta, às 17h30, era vendido a US$ 109,94, com baixa de 1,2%. Desde que a Rússia iniciou as operações militares na Ucrânia, o valor tem se mantido nas alturas, em alguns momentos aproximando-se dos US$ 140,00.
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A opinião do empresário santa-cruzense é compartilhada por João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro). Dizendo ser previsível esse aumento, ele aponta que a defasagem chega a RS 1,50 no litro do diesel e em torno de R$ 1,00 na gasolina. “Estava abaixo antes da guerra; agora, vamos acabar sentindo as consequências, porque estamos inseridos no mercado mundial”, adianta.
Dal’Aqua afirma que os aumentos são ruins para os usuários, mas também atingem os proprietários de postos. “O empresário tem que colocar mais dinheiro no giro e isso é arriscado”, explica. Pondera, porém, que é melhor um custo elevado do que o desabastecimento, que poderá ocorrer, caso o valor interno não seja interessante para quem faz a importação. As empresas cancelariam as compras e a Petrobras não daria conta de toda a demanda.
A situação requer cautela. “O problema nem é o que ocorre hoje, mas o que pode vir a acontecer”, ressalta. Refere-se à necessidade de políticas públicas que possam minimizar os impactos da economia mundial nos preços dentro do Brasil. Defende, desta forma, a evolução sobre a discussão tributária. Sobre eventual subsídio governamental, alerta que, no caso do diesel, seria uma necessidade, mas no da gasolina, poderia gerar muita discordância. “Imagine tirar dinheiro da Saúde e da Educação e dar para a gasolina.”
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