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Empresário santa-cruzense destaque na fruticultura mundial participa de evento da ACI

A edição de julho do Café Empresarial trouxe a história de sucesso do empreendedor santa-cruzense Ernani Sehnem na fruticultura mundial. CEO e fundador da Ebraz Exportadora, uma das principais empresas brasileiras do setor de fruticultura, Sehnem foi o convidado do evento promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz na manhã dessa segunda-feira, 11. Mais de 40 pessoas, entre empresários, políticos ligados ao segmento e profissionais de empresas, participaram do encontro no auditório da entidade. A mediação ficou a cargo do vice-presidente de Agronegócios da ACI, Marco Dornelles, e do diretor de Sustentabilidade da entidade, João Vogt.

Conforme o empresário do setor de fruticultura, a ideia inicial da Ebraz nasceu de uma oportunidade que surgiu em 1987. À época, ele trabalhava em uma empresa local e teve a chance de ir para a Bélgica, onde aperfeiçoou os conhecimentos no mercado internacional. A vivência fora do país despertou a veia empreendedora e percebeu que havia um amplo leque de setores nos quais poderia atuar. “Tinha 25 anos de idade, nenhuma experiência nesse mercado e nem dinheiro, mas um sonho e muita vontade”, destacou. Ao retornar para o Brasil, em 1989, decidiu sair do emprego e abrir a empresa na área da fruticultura, em uma sala no edifício JH Santos, no Centro.

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O primeiro ano de atividade em Santa Cruz foi desafiador. Teve que deixar o sonho de lado e enfrentar a dureza do mercado e a falta de recursos. A decisão de ir para Campinas foi um divisor de águas. “Ou fazia isso ou fechava a empresa, pois o mercado local não oferecia a estrutura de que precisava para seguir adiante com o negócio”, recorda. Decidiu seguir. “Quando fica difícil, deixa para mim” é a frase que usa até hoje e que define o espírito aguerrido do empreendedor.

Em 1990, Sehnem se mudou para Campinas, onde instalou a matriz da Ebraz. Dois anos depois, seguindo a sugestão de um cliente, foi conhecer o Vale do São Francisco, importante polo irrigado produtivo e responsável por grande fatia das exportações frutíferas do Brasil. Ali veio a grande virada, com a decisão de comprar uma fazenda e começar a cultivar as próprias frutas para exportar. Não tinha dinheiro, mas bons contatos e credibilidade no mercado, o que o ajudou a conseguir os recursos emprestados de um cliente para adquirir a propriedade.

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Atualmente, a Ebraz tem 1,5 mil hectares plantados, entre mangas de diversas variedades e uvas de mesa, sem semente, 100% voltados para exportação. Possui três parques industriais de processamento e beneficiamento de frutas e conta com 1,5 mil funcionários nos períodos de safra (agosto a dezembro). A empresa está entre as principais produtoras, embaladoras e exportadoras de mangas e uvas de mesa do Brasil. Exporta para cerca de 30 países, abrangendo os mercados do Oriente Médio, Ásia, Europa, América do Norte, entre outros.

Sustentabilidade na fruticultura

Profundo conhecedor dos mercados exportadores, o empresário revelou que, ao longo da trajetória na empresa, já exportou o equivalente a 100 mil contêineres de 40 pés. A Ebraz tem várias certificações e está comprometida com a sustentabilidade. Segundo Sehnem, a sociedade não aceita mais situações como trabalho infantil, e os aspectos de preservação ambiental são cada vez mais relevantes. “Trabalhamos seguindo todas essas diretrizes e com a valorização de nossa equipe de colaboradores”, afirmou.

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A pandemia retraiu o mercado da fruticultura mundial, observa o empreendedor. Houve também um significativo aumento nos custos logísticos, que chega a quase mil por cento em algumas áreas. “O maior desafio que temos no momento é transformar esse produto em dinheiro, as variáveis são muitas”, salientou. Contudo, conforme Sehnem, países como o Peru, por exemplo, estão exportando 2 bilhões de dólares no mercado de frutíferas, enquanto o Brasil, com todo o potencial – clima e terras –, está em torno de 1 bilhão de dólares. O motivo para esse desempenho é falta de inovação e de pessoas. “Dá para fazer, o que nos falta é atitude”, concluiu.

Reconhecimento

O presidente da ACI, César Cechinato, agradeceu a Ernani Sehnem por aceitar o convite da entidade para compartilhar a história empreendedora com a comunidade de origem dele. “Temos muito a aprender com essa trajetória vitoriosa”, salientou.

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Um dos mais tradicionais eventos de networking da ACI, o Café Empresarial é um espaço para troca de conhecimentos e negócios. Recepcionados com um café da manhã, os convidados participam de uma dinâmica de troca de cartões e logo após assistem à apresentação da palestra. O evento foi transmitido em tempo real pelas plataformas do Facebook e YouTube da ACI. São patrocinadores BRDE, Unisc, Unimed, Cindapa, Borba Imóveis, Lisaruth e Gazeta Grupo de Comunicações.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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