Empresário preso por receptação mantinha depósito com eletrônicos roubados

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo se manifestou sobre a diligência efetuada na tarde dessa quinta-feira, 28, em Santa Cruz do Sul, que foi acompanhada de forma exclusiva pela equipe da Gazeta do Sul. A ação foi um desdobramento da chamada operação Easy, que investiga a relação de um empresário santa-cruzense de 24 anos com uma carga de aparelhos eletrônicos roubados em uma grande ação criminosa, ocorrido no Bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo, na madrugada de 24 de setembro.

Nessa quinta-feira, 28, os investigadores da Draco São Leopoldo localizaram 60 celulares, 14 televisores e monitores e 11 notebooks em um depósito secreto que empresário mantinha, dentro de um imóvel do Bairro Bom Jesus. Conforme o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, o jovem, que já havia sido preso na segunda-feira, sendo liberado na terça, foi preso novamente por receptação qualificada. A qualificadora – dispositivo que pode ampliar a pena – foi o fato de o investigado ter adquirido produtos com origem de crime no exercício de atividade comercial.

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Empresário pagou R$ 250 mil a autores de roubo pelos eletrônicos

O caso foi revelado em primeira mão pela Gazeta do Sul na edição da última terça-feira. A reportagem também acompanhou a equipe de policiais na tarde desta quinta-feira, em diligência junto à loja do empresário, no Centro de Santa Cruz do Sul. Na ocasião, o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior preferiu manter o sigilo em virtude da apuração dos fatos. Nesta sexta-feira, porém, revelou detalhes das investigações.

“Em um primeiro momento, eu o considerei um mero oportunista, que tinha aproveitado uma espécie de ‘negócio da China’ adquirindo esses aparelhos. Até por isso, eu mesmo solicitei ao Judiciário a liberação dele da primeira prisão. No entanto, ao avançarmos na investigação, descobrimos que ele mesmo procurou os criminosos autores do roubo e pagou R$ 250 mil pela carga”, afirmou Ayrton Figueiredo Martins Júnior.

A investigação da especializada descobriu arquivos digitais comprobatórios de aquisição de carga roubada de eletrônicos por R$ 250 mil, pagos pelo preso a comparsas. “A análise de mídias apreendidas na posse do capturado, autorizadas judicialmente, indicaram que o preso sabia do que se tratava na hora em que o negócio foi fechado.”

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Vítimas já reconheceram os aparelhos roubados; advogado de acusado se manifesta

Ainda segundo o titular da Draco, as vítimas já reconheceram quase que a totalidade dos produtos. O jovem foi novamente preso em flagrante e o delegado já solicitou a prisão preventiva do acusado ao Judiciário de Santa Cruz do Sul. A decisão deve sair a qualquer momento. As investigação seguem.

“Nesta primeira fase da operação Easy, tentamos de alguma forma diminuir o prejuízo colossal que essa empresa alvo do roubo tomou. Parte desses eletrônicos conseguimos recuperar. As investigações seguem em sigilo para apurarmos outros fatos relacionados ao crime”, complementou Ayrton Figueiredo Martins Júnior. A operação Easy conta com apoio da Draco de Santa Cruz do Sul e da Delegacia de Repressão a Roubo e Furto de Cargas (DRFC) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil.

A Gazeta do Sul localizou o advogado responsável pela defesa do santa-cruzense investigado, que preferiu não entrar em detalhes no momento. “Estamos acessando os autos e nos inteirando do ocorrido e diligenciado ainda hoje (sexta) por um pedido de liberdade”, afirmou Roberto Weiss Kist, sócio fundador da Agostini Kist Böhm & Kist (AKBK) Advogados. O nome do investigado é mantido em sigilo.

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