A Justiça de Santa Cruz do Sul decidiu enviar ao julgamento do Tribunal de Júri um empresário acusado de um homicídio ocorrido há dois anos. No início da noite de 12 de agosto de 2014, Corson Álvaro Winck, de 70 anos, foi morto com um tiro no rosto em São José da Reserva, no interior do município. O motivo do crime teria sido um desentendimento por causa de animais que costumavam invadir a propriedade da vítima. Enildo Rosa Cortes, de 54 anos, conhecido como Tampa, dono de um frigorífico, confessou o crime, mas alegou legítima defesa.
A decisão é da juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, da 1ª Vara Criminal. A defesa alegou que o empresário só teria feito o disparo para se defender e pediu a absolvição sumária do acusado. Um dos argumentos usados foi de que o autor desferiu somente um tiro. Cortes alega que estava em outro ponto da propriedade, a cavalo, quando Winck teria se aproximado e começado a ofendê-lo e ameaçá-lo porque o gado teria invadido sua propriedade. Depois disso, o autor afirma que decidiu ir para casa, mas o vizinho teria seguido até lá.
Já a acusação defende que nenhuma arma foi encontrada junto ao corpo de Winck, que era idoso, tinha um pé amputado e ainda era cego de um olho. No entendimento da juíza, a tese de legítima defesa não ficou comprovada, o que não permitiu absolver o acusado antes do julgamento. Cortes responderá por homicídio simples. Em caso de condenação, ele pode ter aumento de pena, devido à idade da vítima. No homicídio doloso, a pena é aumentada em um terço se o crime é praticado contra pessoa maior de 60 anos. O empresário respondendo em liberdade desde o crime. Ele não chegou a ser preso em flagrante.
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A defesa de Cortes, a cargo dos advogados Ademar Antunes da Costa e Denise Back, pode recorrer da decisão. Além do Ministério Público, atua na acusação o advogado Fernando Bartholomay. Caso não seja apresentado recurso, estima-se que o júri ocorra até o fim deste ano. Em caso de recurso, não há ainda como prever um prazo.
RELEMBRE
O crime
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Winck foi morto na noite de 12 de agosto de 2014. O produtor rural foi encontrado baleado no acesso à propriedade de Cortes. Foi atingido por um disparo de arma de fogo no rosto, não resistiu e morreu no local. Cortes se apresentou no dia seguinte à Polícia Civil e confessou ter atirado no vizinho. Ele alegou, no entanto, que o disparo teria acontecido durante uma briga. O motivo da discussão seria o fato de que Winck não queria que os animais do empresário entrassem na sua propriedade. Para a polícia, o motivo da morte seria um desentendimento entre os dois. Cortes responde ao processo em liberdade.
A vítima
O produtor rural Corson Winck era muito conhecido na localidade de São José da Reserva, onde integrava a Comunidade Luterana. Durante cerca de duas décadas, ele se dedicou ao cultivo do arroz e foi funcionário da Pioneer, onde se aposentou. Ele residia com a esposa e deixou quatro filhos.
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