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Empresário de verdade

Em recente palestra que proferiu em Lajeado, no Vale do Taquari, o empresário Gilmar Bourscheid afirmou, de forma indireta, que o Brasil dos escândalos que vemos diariamente na mídia não é o Brasil do mundo real.

Diretor da empresa Girando Sol, que fabrica produtos de limpeza, com sede em Arroio do Meio, o empresário está coberto de razão. Sério, dedicado e focado no trabalho, Bourscheid tornou público o sentimento do verdadeiro empreendedor. Aquele que luta contra enormes adversidades, que enfrenta extremas dificuldades para obter empréstimos em instituições oficiais – ao contrário dos grandes larápios da República -, não conta com o jeitinho político para fugir de autuações, multas e punições. É, em resumo, um empresário ético, como a esmagadora maioria deste País.

Tive o prazer de conhecer Gilmar Bourscheid. Ele era vizinho de minha falecida mãe. Tivemos algumas conversas, principalmente com a inauguração da nova sede da empresa, em 2016, resultado de um investimento de R$ 45 milhões. É um ato de grande coragem num momento de crise, recessão e dificuldades. E de comprometimento com a sua terra.

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Em sua palestra, Bourscheid foi enfático sobre a rotina de quem labuta com seriedade:

– Para fazer nossas empresas crescerem é preciso acordar cedo e trabalhar muito. E cercar-se de pessoas inteligentes, competentes e comprometidas.

A afirmação constitui o resumo do desafio neste País onde empreender, gerar emprego e oportunidades é cada dia mais difícil. Legislações retrógradas, tributação injusta, leniência de órgãos fiscalizadores com os “grandões” que abusam de ilegalidades e falta de estímulo para crescer estão na esteira de obstáculos a serem vencidos para manter os funcionários, pagar as contas e, dentro do possível, crescer.

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O resultado da escassez de ações concretas voltadas ao incentivo à educação e ao empreendedorismo pode ser visto nas estatísticas que, nesta época do ano, afloram em todos os segmentos. Índices de violência, de inadimplência, de evasão escolar, de fechamento de pequenas empresas e outros consolidam a equivocada política de apostar nos grandes, ignorando aqueles com potencial de crescimento.

Pequenas empresas possuem, em sua essência, a vocação do comprometimento social porque nascem e se desenvolvem nas comunidades onde surgiram. Apostam nos valores locais, são vigiados pelos conterrâneos e pensam muito bem antes de cometer alguma ilegalidade. O reflexo é imediato, as perdas inimagináveis e os arranhões à imagen da empresa indeléveis.

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