O empoderamento feminino é um tema que vem tomando conta dos debates sociais, e é claro que, no Dia da Mulher, não poderia deixar de estar em pauta. Mas, afinal, o que é empoderamento feminino? Primeiramente, é preciso saber que ele é diferente de feminismo. Feminismo é resumidamente um movimento que prega a ideologia da equidade social, política e econômica entre os gêneros. Já o empoderamento é a consciência coletiva, expressada por meio de ações para fortalecer as mulheres e desenvolver a equidade de gênero.
É uma consequência do movimento feminista, mas, apesar dessa ligação, trata-se de algo diferente. Empoderar-se é o ato de tomar poder sobre si. Dessa maneira, também é possível fazer o empoderamento de outros grupos sociais, como os afrodescendentes e até mesmo idosos, por exemplo. As pessoas oprimidas ou que recebem menos atenção na sociedade, muitas vezes, não têm consciência de seu próprio poder, e as mulheres estão incluídas nessa parcela da população. É daí que surge o empoderamento.
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O empoderamento feminino refere-se basicamente a dar poder para outras mulheres, para que cada uma delas possa assumir seu poder individual. Com isso, há crescimento e fortalecimento do papel de todas na sociedade. As mulheres precisam primeiro reconhecer que são capazes, para então começar a fazer mudanças. O termo vem ganhando mais visibilidade nos últimos anos. Se antes as mulheres não tinham espaço para demonstrar seu total valor, hoje elas já provaram que podem se destacar em áreas que eram dominadas pelos homens. Tudo isso é resultado do movimento, ou seja, de dar mais poder para essa fatia da população.
Empoderada para empoderar
E exemplos de mulheres empoderadas não faltam. Nicole Garske Weber, 33 anos, conta que desde muito cedo foi estimulada pela família a ocupar espaços de voz e de decisão, bem como a ter uma visão para o bem coletivo. O início foi como líder de turma, já nas séries iniciais. Na sequência, foi presidente de grêmio estudantil e dos diretórios acadêmicos do Direito da Unisc e da PUC-RS. “Sempre trabalhei com voluntariado, mas destaco meu trabalho no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Santa Cruz do Sul. Lá pude exercer o que considero minha missão de vida, que é de, por meio do ativismo e da advocacia, auxiliar mulheres e crianças no momento mais delicado de suas vidas e pensar políticas públicas para que essas problemáticas sejam erradicadas”, explica. Sobre empoderamento, Nicole diz que teve uma educação voltada à independência e ao poder de escolha, independentemente do seu gênero.
Terceira vereadora mais votada em 2020, advogada e ativista dos direitos das mulheres, Nicole percebe que, no Poder Legislativo de Santa Cruz, o empoderamento feminino está descompassado em comparação com outras instituições. Atualmente, são apenas duas representantes entre as 17 cadeiras, e ela é apenas a 13a vereadora eleita em 132 anos de Câmara Municipal.
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“Precisamos urgentemente nos questionar, enquanto comunidade, sobre o porquê dessa desproporcionalidade. Temos muitas mulheres competentes para ocupar esse espaço, mas por que não votamos nelas? Somos 54% da população de Santa Cruz, mas com representação ínfima. É o teto de cristal que não quebramos; desde 1940 navegamos na mesma porcentagem de mulheres eleitas. Nossa cidadania ainda é uma ‘bebê’, e é justamente por essa lacuna que considero uma grande responsabilidade a minha entrada na Câmara. É meu papel trazer essa reflexão à tona para que mulheres compreendam o poder imenso que tem nossa união, e a importância de colocar mulheres em espaços de decisão e poder, que façam políticas públicas por e para nós”, finaliza.
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Desde 2010, existe um documento chamado Os Princípios de Empoderamento das Mulheres, lançado pela ONU, para mostrar às empresas e comunidades como dar poder à população feminina. São sete princípios:
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● Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
● Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação.
● Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
● Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
● Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento através das cadeias de suprimentos e marketing.
● Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
● Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
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