Santa Cruz do Sul

Emoção marca a missa do Lava-pés na Catedral

Aos 74 anos, a professora aposentada Sonaime Terezinha Braga Vargas não escondia a emoção de ter sido uma das escolhidas para participar da missa do Lava-pés celebrada nessa quinta-feira, 28, na Catedral São João Batista, em Santa Cruz do Sul. Como ela, outras 11 pessoas da comunidade, entre adultos de crianças, recordaram uma das passagens mais conhecidas da liturgia católica. A celebração remete à última ceia, quando Jesus Cristo lava os pés dos discípulos.

Sonaime: gesto que deve ser preservado | Foto: Alencar da Rosa

Durante a missa, o gesto foi repetido pelo bispo dom Aloísio Dilli, que falou sobre a importância da ocasião. “É um gesto catequético, de ensino do mandamento do amor. Jesus diz para amarmos uns aos outros como nos amou. E é isso que ele nos ensina com o Lava-pés”, explicou. Para Sonaime, que nasceu em Encruzilhada do Sul e vive em Santa Cruz há cerca de quatro décadas, foi um momento revestido de um significado todo especial. Mais do que uma satisfação, ela considera uma forma de servir a Deus. “O exemplo que Jesus deu, ao lavar os pés deles, é algo que precisa ser retomado e termos a humildade de aceitar e amar os nossos irmãos”, afirmou.

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Considerado o momento mais importante entre as passagens litúrgicas realizadas ao longo do ano, a Missa da Ceia do Senhor, na qual ocorre o lava-pés, simboliza o início do Tríduo Pascal. É o conjunto de dias que se inicia na Quinta-feira Santa, segue durante Sexta-feira da Paixão e Sábado de Aleluia e termina na manhã do Domingo de Páscoa. 

Segundo o bispo, na cultura judaica, quem lava os pés de alguém é inferior a aquele que tem os pés lavados. Ou seja, na época, eram os escravos ou servos, inferiores, que lavavam os pés dos patrões, superiores. “E o que Jesus faz? Toma a toalha, se abaixa e começa a lavar os pés dos discípulos. Ou seja, Deus ensina a ser menor, a ser humilde”, frisou.

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A missa encerrou-se com a eucaristia. O bispo salientou que na última ceia, na noite em que foi traído, Jesus ofereceu por meio do pão e do vinho seu corpo e seu sangue aos apóstolos. “Esta missa traz para celebração aquilo que acontece no dia seguinte: a morte de Cristo na cruz e a sua ressurreição depois”, detalhou. A eucaristia foi levada do altar principal da Catedral para o menor, ao lado. Conforme o bispo, sinaliza o momento em que Cristo se retira e é levado preso. Desse modo, as hóstias são guardadas e distribuídas nesta sexta-feira, 29, às 15 horas, durante a Celebração da Paixão do Senhor.

Papa

A Semana Santa católica é aberta no Domingo de Ramos e marca a chegada de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Nos dias seguintes, são realizados momentos de oração e cerimônias que ajudam a preservar as tradições e renovar a fé dos devotos. Na Quinta-feira Santa, além da bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias, tem início o chamado Tríduo Pascal, que vai até domingo. Mas é o Lava-pés um dos momentos mais marcantes, como se viu nessa quinta.

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Em Roma, o Papa Francisco lavou e beijou os pés de 12 mulheres que cumprem pena na Penitenciária Feminina de Rebibbia. Com idades entre 40 e 50 anos, as participantes eram provenientes de oito países. No ato, Francisco falou sobre a importância do perdão. “Sempre, todos nós temos pequenos fracassos, grandes fracassos – cada um tem a sua própria história. Mas o Senhor espera sempre por nós, de braços abertos, e jamais se cansa de perdoar.”

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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Julian Kober

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