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IDEIAS E BATE-PAPO

Emendas da vergonha

Cerca de R$ 50 bilhões do nosso suado dinheiro serão gastos em emendas parlamentares este ano. E boa parte desse montante será liberado – acreditem! – antes do prazo fatal assinalado pela Justiça Eleitoral.

Trata-se de dinheiro que os dignos “representantes do povo” podem destinar a quem quiserem, por seu livre arbítrio. Mal a “torneira” começou a ser aberta para que surgissem notícias sobre o encaminhamento de milhões a parentes. Os destinatários são prefeitos e prefeitas familiares desses deputados. A parentada decidirá onde serão aplicados esses fabulosos recursos. Essas informações, que escandalizam qualquer brasileiro, só se tornam públicas graças à divulgação através de blogs, sites e redes sociais. A “grande mídia” omite essa vergonha nacional, perpetrada com dinheiro dos impostos que assaltam o bolso dos brasileiros.

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Enquanto isso acontece na distante Brasília, seguem as entrevistas coletivas pomposas, recheadas de anúncios de verbas fabulosas destinadas ao Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, milhões são investidos em publicidade oficial em rádio, jornal e tevê. De concreto, por exemplo, no Vale do Taquari – região atingida há dez meses pela primeira das três enchentes – nenhuma residência foi sequer iniciada para abrigar os atingidos.

Pequenos comerciantes e o povão flagelado ganharam migalhas. A geração de empregos, turbinada pelos microempreendedores, continua estagnada à espera da concretização dos anúncios. Do pouco que veio boa parte são antecipações. De verdade, dinheiro “novo” é escasso.

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Para quem acompanha há décadas o noticiário político, não há surpresa em relação a promessas não cumpridas. É notório que tão logo os veículos de comunicação reduzam os espaços de cobertura as soluções se transformem em pó. A repercussão midiática produzida pelas primeiras semanas de noticiário da tragédia é um trem que lota à medida que o público se choca com a catástrofe. Na mesma medida, esse “trem” esvazia, conforme o noticiário sobre as enchentes seja reduzido.

Dói muito assistir famílias inteiras desde 2023 ainda morando em abrigos, em casa de parentes ou de favor, com amigos, cujo sentimento de empatia não fica apenas no papel. Em ano eleitoral, os prefeitos encontram-se numa situação delicada. São cobrados todos os dias. Na rua, no armazém, na cancha de bocha ou mesmo na igreja. Não podem reclamar publicamente da escassez de recursos. Se fizerem isso, os recursos que chegam em conta-gotas serão cortados e as dificuldades serão ainda maiores.

Resta acreditar na iniciativa privada e na força da comunidade que já reconstruiu pontes, ergueu residências e, ao invés de se revoltar, implementou soluções de verdade.

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