Fundada por imigrantes de origem germânica, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Cardeal Leme, de São Martinho, celebrou 125 anos na quarta-feira, 23. A confraternização reuniu cerca de 300 participantes. O educandário, que começou a funcionar em 1899 como escola doméstica, é o segundo mais antigo da rede municipal, atrás apenas da Emef Guilherme Simonis, de Boa Vista, com 140 anos.
As comemorações ocorreram no ginásio de esportes e iniciaram com a Mostra de Trabalhos, que reuniu projetos desenvolvidos no decorrer do ano nas turmas de Educação Infantil até o 9º ano. Nos painéis, exposição de fotografias do projeto Nossos muitos olhares sobre a natureza, textos e ilustrações de trabalhos que abordaram temas como inclusão, alimentação saudável, educação financeira, os objetivos do desenvolvimento do milênio, cientistas negros com relevante contribuição para a sociedade, robótica, minhocário, leitura e escrita, entre tantos outros.
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Ao meio-dia, o público ganhou reforço com a chegada de pais, amigos, ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários para uma galinhada.
A programação seguiu com sorteio de brindes doados pela comunidade, Hino Nacional, apresentação do arranjo para o hino do município, exibição de danças do folclore alemão, encenação da chegada dos primeiros colonizadores, depoimentos de ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários, homenagens e parabéns a você com direito a bolo de aniversário.
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O secretário municipal de Educação, Mário Colombo, falou da alegria em celebrar os 125 anos. “Uma instituição que, desde sua fundação, tem sido um farol de conhecimento e transformação para a comunidade de São Martinho. Ao longo dessas décadas, a Cardeal Leme tem formado gerações de cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento da cidade”, ressaltou.
A diretora da escola, Juliana Behling, que atua na instituição desde 2007, disse estar feliz com a adesão da comunidade, que compareceu em peso para as homenagens.
Prestes a encerrar sua passagem pela Emef Cardeal Leme, Katiuscia Staub, 15 anos, estudante do 9o ano do Ensino Fundamental, parece estar aproveitando ao máximo seus últimos instantes na escola que frequenta desde 2021. Atual presidente do Grêmio Estudantil, ela também integra a banda marcial, participa do clube de robótica e costuma se envolver em todo projeto quando surge a oportunidade.
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Com um bebê no colo, a ex-aluna Josiane Raquel Kelsenberg, 37 anos, eternizou seu nome na história do educandário, ao escrever a letra do hino da escola em parceria com o colega Luís Henrique Mayer, no ano 2000. “Eu me lembro que na época teve uma gincana e foi criado o hino, foram criados a bandeira e o brasão da escola. Foram várias atividades e um mês inteiro de preparação, aí a gente se encontrava na escola, na minha casa, sentava e escrevia, fazia e refazia, até que chegou nessa letra”, contou. Recordou também a realização de uma grande festa, em que foram convidados antigos professores para apresentação da letra.
Mesmo tendo deixado os bancos escolares há bastante tempo, Enor José Nauê, 69 anos, ainda lembra bem da época de estudante. Aos 7 anos entrou na Cardeal e saiu de lá depois de quatro anos e meio de estudo, após concluir a 5a série. “Não tinha transporte, nada, tinha que vir tudo a pé. Eu caminhava mais ou menos uns três quilômetros e meio até o colégio, passava dois arroios e não tinha pontes, era só pinguela”, recordou.
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Morador de São Martinho, Enor disse gostar muito da região e ter um carinho especial pela Cardeal Leme. Enquanto os filhos estudaram na escola, esteve sempre presente e fez parte da diretoria do CPM.
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