A Emater/RS-Ascar divulgou na manhã dessa terça-feira, 5, durante a Expodireto Cotrijal, a atualização da estimativa da safra de grãos de verão 2023/2024. Segundo a instituição, a previsão atual é que o Rio Grande do Sul colha mais de 35 milhões de toneladas, alta de 44,5% em relação ao ciclo anterior, que rendeu 24,2 milhões de toneladas. A área plantada ficou em 8,43 milhões de hectares. Os dados foram apresentados pelo diretor técnico Claudinei Baldissera durante o tradicional café da manhã com a imprensa.
Destaque em área cultivada e em importância econômica, a soja apresenta a melhor recuperação entre todas as culturas. A oleaginosa deve render 22 milhões de toneladas, alta de 71% sobre a última safra, que resultou em 12,9 milhões de toneladas. “Os números da soja são muito bons e colocam a safra 2023/2024 no topo do ranking da linha do tempo, quando comparamos com anos anteriores”, destacou Baldissera. O aumento foi de 70,8% na produtividade, 71,62% na produção e 0,35% na área plantada.
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O milho, importante para diversas atividades na agropecuária, deve ter desfecho semelhante. São esperadas 5,2 milhões de toneladas neste ano, um incremento de 31,6% sobre as 3,9 milhões de toneladas de 2023. A produtividade também cresceu de maneira expressiva, passando de 4.841 quilos por hectare (kg/ha) para 6.481 kg/ha, alta de 32,23%. O cereal é fundamental para muitas atividades. Do setor primário, no âmbito da rotação de culturas, passa pela composição das rações para alimentação de rebanhos e chega ao consumidor final na forma de diferentes produtos.
Apesar das dificuldades com o plantio em função do excesso de chuva entre outubro e dezembro, o arroz irrigado também deve ter bons resultados. Conforme as estimativas do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a produção deve atingir as 7,49 milhões de toneladas, pequena elevação de 4,1% sobre as 7,2 milhões de toneladas do ciclo anterior. A produtividade deve chegar a 8.325 kg/ha em uma área de 900 mil hectares.
O levantamento de dados foi feito pelos escritórios municipais e revisado pelas gerências técnicas e de planejamento junto às regionais. “A metodologia adotada pela Emater tem sido utilizada há muitos anos e se mostrado bastante assertiva”, afirmou Baldissera. Segundo ele, a estimativa inicial de produtividade é identificada a partir de cálculo de tendência baseado na média alcançada nos últimos dez anos em cada município do Estado. As estimativas parcial e final são sobre as informações levantadas em campo durante o período da safra.
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Também medido pela Farsul, o Índice dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) apresentou um acumulado de 12 meses com queda de 15,2%. De acordo com a instituição, a redução é reflexo da safra recorde colhida no ciclo 2022/2023, que trouxe grande oferta de grãos ao mercado e pressionou para baixo o preço das commodities (soja, milho e trigo).
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“Apesar da queda do IIPR, a assessoria econômica da Farsul destaca que o preço final dos alimentos para o consumidor continua acumulando inflação, o que reforça que as altas do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) Alimentos são reflexos de outros movimentos inflacionários, e não do preço recebido pelo produtor”, diz um trecho do relatório.
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Após o fechamento dos dados do último trimestre do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023. Com a supersafra de grãos, o agronegócio registrou alta recorde de 15,1% no ano e foi o grande responsável por impulsionar o PIB para cima. Esse desfecho também beneficiou outros setores, como as exportações, a indústria de alimentos e algumas áreas dos serviços, que puderam tirar proveito da cadeia de produção e logística da agricultura.
Na avaliação do economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o resultado mostrou a força e a importância do agronegócio brasileiro. “Nós tivemos a maior safra da história, com 319 milhões de toneladas colhidas, e crescemos 15,1% em relação ao ano anterior. Nenhum outro país teve um setor que cresceu tanto como o agro brasileiro em 2023”, afirmou.
Para este ano, contudo, a expectativa é pessimista em razão do clima adverso. Ele observa que a economia brasileira já apresentava desaceleração no terceiro e quarto trimestres do ano passado. “Já era possível ver essa queda. Acredito que 2024 será um ano de crescimento bem baixo.” Conforme estimativas do Banco Central, a previsão de crescimento do PIB neste ano é de 1,8%, com expectativa de que o agronegócio cresça dez vezes menos do que em 2023 – apenas 1,5%.
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