O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) publicou um vídeo em uma rede social com votos para 2016 em que ataca a corrupção e defende “resolver a questão política” para que se possa reverter dados negativos da economia. Sem citar nomes, afirma que país chegou ao final do ano com muitas dificuldades, mas que há sinais de que é possível reconstruir o Brasil.
“Apesar de todas as dificuldades, que foram muitas -são muitas-, nós chegamos ao fim deste ano com a democracia funcionando, a Justiça ativa, tomando posições, decisões, a mídia muito aberta, dando informações, a sociedade disposta a ouvir -se mobiliza às vezes mais, às vezes menos-, são sinais que mostram que temos energia para reconstruir o Brasil”, afirma. FHC diz ainda que é preciso reconstruir a vida política e que está “muito difícil acreditar no sistema partidário eleitoral tal como ele é posto hoje”.
O ex-presidente ainda diz que na economia “estamos vendo só dados negativos, a recessão aumenta, o desemprego aumenta”, e defende que, para resolver essas questões, é preciso antes “resolver a questão política”. O tucano não nomeia expressamente a presidente Dilma Rousseff, às voltas com um processo de impeachment que vai se arrastar para 2016, nem o escândalo de corrupção na Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato. Em sua mensagem, no entanto, critica a forma de fazer política no país e a forma como a corrupção tomou corpo no país.
Publicidade
“Então meus votos são que no próximo ano nós tenhamos a coragem de fazer o que é necessário: mudar a política, mudar para valer. Eu não quero individualizar, se é para tirar A para botar B. É mais do que isso. É mudar o modo como se faz política no Brasil. Precisamos de mais decência, é preciso acabar com a corrupção organizada como ela se organizou no Brasil. E é preciso enfrentar os nossos problemas com tranquilidade, falando com as pessoas”.
IMPEACHMENT
Os tucanos já unificaram o discurso pró-impeachment de Dilma. Há pouco mais de dez dias, Fernando Henrique defendeu que os motivos apontados na ação que tramita na Câmara contra a presidente são suficientes para justificar a sua saída. “São [suficientes]. O impeachment, como diz o vice-presidente Michel Temer no seu livro, e outros juristas, é um processo jurídico-político. Desrespeitar reiteradamente a Lei de Responsabilidade Fiscal tendo em vista benefícios eleitorais é uma razão consistente”, disse.
Publicidade
Naquela ocasião, porém, o ex-presidente ponderou que é preciso haver “clima” para o afastamento acontecer. “Se não houver, não há razão que derrube um presidente eleito”, concluiu. Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta segunda-feira (21), o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, disse que, em caso de impeachment, o partido não deve “nem sequer pensar em cargos” em um eventual governo capitaneado pelo hoje vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Segundo ele, o PSDB não pode se aliar a uma gestão que não sabe “de que forma se colocará”. “O método será o que vigorou na última década, do qual o PMDB foi parceiro?”, indaga o tucano.
Publicidade
This website uses cookies.