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Em um mês, mais de 30 golpes foram registrados na delegacia de Rio Pardo

Foto: Alencar da Rosa

Dos golpes mais antigos, como o do conto do bilhete premiado, até os mais atualizados, como a clonagem de WhatsApp, os crimes de estelionato aumentaram consideravelmente em todo o País. E no Vale do Rio Pardo não é diferente. Recentemente, uma onda de golpes do tipo vem ocorrendo em Rio Pardo. Dezenas de casos foram registrados. Somente em julho, houve mais de 30 golpes aplicados contra rio-pardenses.

Em entrevista à Rádio Rio Pardo, o delegado Anderson Faturi alertou a comunidade sobre os cuidados a serem tomados diante de abordagens suspeitas. “Estamos na pandemia, mas eu sempre digo que estamos na pandemia dos golpes, pois desde que esse período começou, houve um estouro de estelionatos de toda espécie, seja por meio virtual ou presencial. Os criminosos se adaptaram e começaram a aplicar esses golpes. Viram que era mais fácil, mais rentável e correm menos risco. Com um alto poder de convencimento, conseguem fazer com que as vítimas caiam sem perceber”, explicou Faturi.

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Segundo ele, há casos em que vítimas são enganadas, sofrem grandes prejuízos e, mesmo assim, não acreditam. “Muitas vezes precisamos demonstrar para elas, comprovar que houve para entenderem, tamanha a capacidade de convencimento dos criminosos.” Os valores variam de R$ 300,00 até R$ 100 mil. “Tivemos casos de altas quantias levadas por estelionatários aqui na nossa cidade, assim como em todo o Estado”, disse o delegado.

Vítima escapa por pouco

O último caso registrado em Rio Pardo aconteceu nessa terça-feira, 17. Uma mulher de 61 anos foi abordada por uma desconhecida, que aparentava ter 70 anos. A golpista perguntou à vítima onde ficava uma determinada lotérica, disse que era de Candelária e tinha um prêmio de R$ 5 mil e uma máquina de costura para retirar na cidade onde estava. Outras duas pessoas apareceram para ajudar.

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Nisso, outro golpista, um homem alto, de terno e usando óculos, surgiu e se ofereceu para auxiliar a senhora, dizendo-se funcionário da Caixa Econômica Federal. Ele supostamente ligou para o banco e colocou no viva-voz. Do outro lado da linha, um comparsa disse que, na verdade, o prêmio era de R$ 800 mil e poderia ser sacado em Santa Cruz do Sul.
A golpista pediu à vítima que a acompanhasse até lá junto do homem, pois tinha medo de ir sozinha. Em troca daria uma quantia em dinheiro para ela e ao rapaz, mas queria garantias. Os três embarcaram em um Chevrolet Cruze, cor prata, e saíram de Rio Pardo em direção a Santa Cruz do Sul. Chegando no município, estacionaram nas imediações do Banrisul, na Rua Marechal Deodoro.

A vítima entregou o próprio cartão e a senha para o homem, que entrou no banco, enquanto as duas mulheres aguardaram no veículo. O criminoso voltou para o carro e disse que não havia conseguido movimentar a conta – por acaso, o valor diário havia sido sacado horas antes pela mulher. Pegando o cartão, após passar mais de uma hora em poder dos criminosos, a vítima percebeu o golpe e saiu correndo do local.

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“Nesse caso, o do golpe do bilhete, é um teatro muito bem orquestrado pelos criminosos. Ainda bem que a vítima não sofreu nenhum prejuízo, pois conseguiu escapar antes que o golpe fosse concluído, mesmo que tenha ficado durante um grande período de tempo na companhia dos estelionatários. Temos que nos cuidar na rua e no mundo digital”, alertou o responsável pela Delegacia de Polícia de Rio Pardo.

“Não acreditem em vantagens fáceis”, diz Anderson Faturi

Dias antes do caso de terça, uma aposentada não teve a mesma sorte. Acompanhada da filha de 34 anos, a mulher, de 76, perdeu R$ 100 mil em um golpe do bilhete premiado, após ser abordada por estelionatários junto à Praça São Francisco, no centro de Rio Pardo. Outro caso relatado por Faturi é de uma pessoa que pensava estar falando com um setor de crédito de uma instituição bancária, acreditando que colocaria em dia uma dívida.

“Na verdade, ela estava falando com um criminoso e acabou pagando um boleto falso, acreditando que quitava um determinado bem. Mas começou a receber cobranças, aí viu que caiu em um golpe que é bem comum.” De acordo com o delegado, um núcleo de estelionatários com base em Passo Fundo está sendo investigado. “Vez ou outra pegamos algum que é morador de lá. Alertamos que, se alguém foi abordado por um desconhecido pedindo qualquer ajuda, que o encaminhe à polícia, seja Brigada Militar ou Polícia Civil, pois estes vão ajudar. E não acreditem em vantagens fáceis, isso não existe.”

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