Santa Cruz do Sul

Em um ano, HIV causou 19 mortes em Santa Cruz

No Dezembro Vermelho, mês de mobilização contra o vírus HIV, a aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), números divulgados nesta semana reforçam a importância da adoção de medidas preventivas. No Centro de Atendimento à Sorologia (Cemas) de Santa Cruz, a cada mês são confirmados entre 10 e 20 casos positivos de HIV.

Os dados fazem parte dos registros do serviço, que atende em um prédio na Rua Thomaz Flores, região central da cidade. No último ano, 19 pessoas morreram em decorrência da doença em Santa Cruz, mesmo com tratamentos disponíveis. Em entrevista à Radio Gazeta FM 107,9, a coordenadora do serviço, Micila Chielle, alertou acerca da importância dos cuidados. “A faixa etária mais afetada é de 20 a 39 anos, mas casos entre adolescentes e idosos também têm sido observados.”

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O Dezembro Vermelho visa chamar a população para fazer a testagem, avaliar a saúde e prevenir. Santa Cruz, assim como outras cidades, conta com a testagem rápida, uma ferramenta essencial para identificar infecções precocemente, permitindo tratamentos eficazes e evitando complicações. A análise, que fornece resultados em 20 minutos, é uma alternativa prática para o diagnóstico. Contudo, Micila alertou sobre o preconceito quanto ao exame. “Precisamos superar isso. Saber do diagnóstico cedo é o primeiro passo para evitar complicações e viver uma vida saudável.”

“Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, para cada caso conhecido de HIV, há pelo menos quatro não diagnosticados. Isso significa que muitas pessoas vivem sem saber que têm o vírus. Como o HIV pode levar de cinco al dez anos para apresentar sintomas, é fundamental fazer testes regulares, no mínimo uma vez por ano, para quem tem vida sexual ativa”, orientou.

Micila salientou que pessoas com idade avançada estão se relacionando mais, mas a faixa jovem continua exposta. “Antigamente, os casos estavam mais relacionados à população homossexual, mas hoje isso não se aplica. O risco está associado às condutas, independentemente de orientação sexual ou gênero, inclusive nas pessoas mais velhas”, explicou a coordenadora.

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Conscientização e prevenção

A coordenadora do Cemas reforçou a importância do uso de preservativos e o conhecimento da sorologia dos parceiros sexuais. Também destacou o papel das unidades de saúde, que devem oferecer suporte contínuo para as pessoas em tratamento e ampliar ações de conscientização. “Evitar o adoecimento é possível, mas isso começa com a informação e o cuidado. A prevenção é sempre a melhor escolha”, disse. O teste rápido pode ser feito nas 32 unidades de saúde, bem como no Cemas.

No mês passado, Santa Cruz foi o único município do Estado, neste ano, a receber a certificação da eliminação da transmissão vertical (TV) de HIV e Selo Bronze de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis. A TV é quando a doença passa da mãe para o filho na gestação, no parto ou pela lactação. Foram levados em consideração dados de 2021 e 2022. Foram confirmadas taxas zero na TV para o HIV, nos dois anos, e 6,21 na incidência de sífilis congênita.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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