Com uma população estimada em 126 mil habitantes e um orçamento municipal de R$ 444,6 milhões para este ano, Santa Cruz do Sul teve R$ 415 milhões aplicados pela Caixa Econômica Federal por meio de crédito habitacional de 2014 a 2016. Somente de janeiro a maio deste ano, já foram R$ 35 milhões. De acordo com a instituição, em todo o Vale do Rio Pardo, os recursos giraram em torno de R$ 623 milhões desde 2014.
Levantamento da Caixa mostra que, embora de 2014 para 2015 tenha sido registrado acréscimo das movimentações em Santa Cruz – de R$ 97 milhões para R$ 198 milhões – os valores recuaram no período seguinte, atingindo R$ 120 milhões em 2016. Diante do crédito já liberado em 2017, a expectativa é de que o valor fique aquém do ano anterior.
“Isso ocorre por causa desse período de recessão que estamos passando. As pessoas estão com medo de assumir dívidas, as rendas baixaram e as construtoras temem trabalhar sem capital de giro”, justifica o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), engenheiro Carlos Augusto Gerhard. Entretanto, ele ainda considera o cenário positivo. “Até está muito bom. Acreditava que a situação seria muito pior. Mas não temos uma perspectiva de reação, pois quando pensamos que vai melhorar, acontece um novo escândalo político”, avalia. “Se for aprovada a reforma trabalhista, vai ocorrer uma melhora nas condições de trabalho e isso pode dar oxigênio ao setor.”
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Conforme o gerente-geral da Caixa em Santa Cruz, Paulo Schünke, houve no País um incremento de 22,5% no volume de contratações de crédito imobiliário no primeiro trimestre do ano, em comparação com os três primeiros meses de 2016. Enquanto de janeiro a março do ano passado foram aplicados R$ 15,34 bilhões, no mesmo período de 2017 foram R$ 18,79 bilhões. O orçamento total do crédito previsto até dezembro é de aproximadamente R$ 80 bilhões.
Segundo Schünke, os valores aplicados se referem basicamente a créditos de financiamentos com saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As linhas de crédito mais procuradas são as que usam recursos do FGTS pelo programa Minha Casa Minha Vida. O gerente ressalta ainda que a Caixa tem adotado medidas para ampliar a oferta de crédito imobiliário e facilitar o acesso ao primeiro imóvel. “Aliadas a um cenário de redução da taxa Selic, elas visam impulsionar o setor da construção civil, fundamental para a retomada do crescimento do País e para auxiliar na promoção e geração de emprego e renda.”
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