Categories: Romar Beling

Em tempo de guerra, a opção pela paz

Nenhum cidadão, em qualquer lugar, certamente gostaria de ouvir falar em guerra, ou se sente confortável em cenário ou circunstância de conflito armado (aliás, todo e qualquer conflito pode ser tido ou entendido como contraproducente). Conflito, embate, enfrentamento ou atrito decorrem, inevitavelmente, da incapacidade de chegar a consenso, a solução, por diálogo, sempre a via do equilíbrio, da ponderação, do bom senso, da sabedoria. Quando pessoas, povos ou nações chegam às vias de fato, então, a brutalidade toma o lugar da humanidade, do respeito mútuo.

Que é o que, um tanto constrangidos e consternados, estamos vendo há mais de um mês no Leste Europeu, com a invasão que a Rússia empreendeu ao território da Ucrânia. Em uma guerra, mais de uma autoridade já o referiu, não há ganhador, porque todos, desde o princípio, perdem. E isso pode ser sentido muito longe do próprio terreno do conflito, como os brasileiros têm tido ocasião de descobrir, no próprio bolso. Se os reflexos econômicos são uma das implicações, a mais grave delas é sobre a segurança e a liberdade, dois conceitos ou dois emblemas que têm sido citados e alardeados de forma tão veemente em todas as áreas. E não a segurança ou a liberdade de quem assiste de longe, mas as de quem está diretamente implicado no território sob ameaça. Como a Gazeta do Sul mostrou na edição de quinta-feira, até mesmo em Santa Cruz do Sul, a milhares de quilômetros da Ucrânia, a vida real pulsa com a angústia relacionada ao bem-estar de cidadãos. O ucraniano Andrii Gus, 39 anos, que mora por aqui, a trabalho, sentiu os efeitos da guerra, que eclodiu quando visitava a família em sua terra natal.

Não deixou de ser simbólico que na mesma edição a Gazeta do Sul pudesse apresentar o lançamento do Programa Pacto Santa Cruz pela Paz, uma ampla iniciativa que engloba organismos públicos e privados, entidades e instituições em favor, justamente, de um cenário livre de atritos de toda ordem. Lá estavam, na capa da Gazeta de quinta-feira, as duas chamadas para as matérias, a do Pacto pela Paz, na página 6, com centenas de pessoas unidas num gesto de positividade na foto maior, e, acima, a referência ao drama vivido por Gus e sua família na Ucrânia, nas páginas 10 e 11.

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E a essa mesma temática se vincula, sem dúvida, a reportagem principal desta edição, que pode ser conferida nas páginas 18 a 20. Num resgate oportuno, e em reconhecimento a uma grande história de vida, a Gazeta do Sul detalha a trajetória do pastor Klaus Werner, alemão, aposentado de sua atuação junto à IECLB, que hoje reside em Rio Pardinho com a esposa Sílvia, santa-cruzense. O que Werner vivenciou na infância, durante a Segunda Guerra Mundial, deve ficar como alerta e advertência constante, hoje e em todos os tempos, de que para nenhuma guerra deveríamos admitir justificativas. Nem para as do passado, nem para as do presente, e para que nenhuma venha a haver no futuro. Que o nosso pacto, de cada um de nós, em família e em sociedade, seja realmente pela paz.
Um bom final de semana a todos. Com muita paz.

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