Em Santa Cruz, sentimento é de esperança entre os imunizados

Nessa quarta-feira, 27, completou-se uma semana desde que as vacinas contra a Covid-19 foram disponibilizadas de maneira mais ampla em Santa Cruz – as primeiras imunizações ocorreram em atos públicos na terça-feira, 19, mas a aplicação teve início, efetivamente, na quarta-feira, 20. Nos relatos dos primeiros vacinados no município, o tom é de esperança em dias melhores e mais segurança com a imunização.

“É a vacina mais esperada dos últimos tempos”, diz a enfermeira Janice Bringmann, 33 anos. Ela atua na unidade Síndrome Gripal do Hospital Ana Nery e tem contato diário com pacientes infectados ou com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

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Janice recebeu a primeira dose da Coronavac no dia 20, e lida diariamente com as expectativas em torno do imunizante, pois também é vacinadora e tem aplicado as doses nos colegas de trabalho. Ela não percebeu qualquer efeito adverso e vê a imunização como um “alento”, após um período de muita dificuldade para todos, mas talvez especialmente para os profissionais de saúde. “É uma luz no fim do túnel, com certeza”, opina.

Por outro lado, ela ressalta que, entre os colegas, há muita atenção para que a chegada das doses não gere uma sensação falsa de segurança. “O que se sabe da vacina é que evita casos graves, mas não evita a transmissão a outras pessoas”, afirma, frisando que todos os cuidados de higiene e prevenção são adotados no hospital. “A gente não pode relaxar, porque pode ser vetor da doença e contaminar alguém.”

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A mesma preocupação está presente no relato do primeiro profissional vacinado no Ana Nery. O técnico de enfermagem Daniel Portela de Lima, de 22 anos, trabalha no Centro de Terapia Intensiva e também recebeu a dose no dia 20. Em uma semana, não percebeu nenhuma reação, além da dor no local de inserção da agulha.

Ele reforça que os cuidados quanto à doença seguem sendo tomados, mas acredita que a vacinação dê mais tranquilidade aos trabalhadores. “Assim como eu, todos os profissionais que atuam na linha de frente estavam com muita expectativa de que a vacina chegasse até a população e fosse uma realidade no Brasil. A vacina me tranquilizou e me deixou mais confiante na melhora das nossas condições”, avalia. Apesar do contato direto com pacientes infectados, nem Janice, nem Daniel tiveram Covid-19 até agora.

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Rovena, 100 anos, foi a primeira vacinada no Solar

“Pensei que, por eu já ter 100 anos, talvez fossem deixar as doses para os idosos com menos idade”, conta Rovena Emília Kahmann, residente do Solar Ana Nery. Mas aconteceu justamente o inverso: ela mereceu a honra de ser a primeira imunizada na casa. Tanto a picadinha da agulha quanto os dias posteriores à aplicação transcorreram com tranquilidade, sem dor nem efeitos colaterais.

Agora, ela aguarda com expectativa pela segunda dose e pelas mudanças que deverão surgir a partir da vacinação, mas também com a paciência que a sabedoria do passar dos anos lhe trouxe. “Vai ser muito bom quando a situação se normalizar, quando a gente puder receber visitas e sair, mas acho que vai demorar um pouco para que tudo isso aconteça.”

Também residente do Solar Ana Nery, Ironia Conceição Ribeiro, de quase 85 anos, compartilha da opinião de que ainda será preciso um tempo de espera para que a Covid-19 esteja sob controle. Mesmo assim, depois de meses adaptando-se ao novo cenário imposto pela pandemia, diz que foi grande a alegria ao receber a sua dose do imunizante. O momento foi vivenciado com o filho, Abaeté Vaz Ribeiro, que também está no residencial geriátrico e recebeu a vacina.

“A gente precisou se adaptar, se acostumar com o período de distância dos familiares. Espero muito que a vacina chegue a todos e acabe com essa doença”, ressalta. Todos os moradores do Solar já receberam a primeira dose contra a Covid-19.

Com informações da assessoria de comunicação do Hospital Ana Nery.

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