A população indígena do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra chegou a 749 pessoas em 2022. Entre os 28 municípios da região, 19 apresentam moradores da etnia, representando 67,8%. O maior número se concentra em Salto do Jacuí, com 575 habitantes índios. Santa Cruz do Sul, por sua vez, teve registradas 52 pessoas que se disseram indígenas. Os dados do Censo demográfico foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa segunda-feira, 7.
Nos 332 domicílios onde há pelo menos um indígena na região, a população total é de 1.020 habitantes. Os 749 índios nesses locais representam 73,4% dos moradores. Salto do Jacuí é o único município na região com residentes em terras indígenas. Nessas áreas, há 36 domicílios com 148 moradores. Assim, a grande maioria no Vale do Rio Pardo e Centro-Serra vive fora de terras indígenas.
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Dos 5.568 municípios brasileiros, acrescidos do Distrito Federal e de Fernando de Noronha, 4.832 tinham pelo menos um residente indígena em 2022, o que representa 86,7% do total. Dentre eles, 79 tinham mais de 5 mil habitantes declarados indígenas. É um aumento na comparação com 2010, quando havia 42 municípios com, no mínimo, esse quantitativo. Outros 199 tinham de mais de mil até 5 mil residentes indígenas.
A população indígena do Brasil chegou a 1.693.535 pessoas em 2022. Grande parte (44,48%) está concentrada no Norte: 753.357. Em seguida, com o segundo maior número, está o Nordeste, com 528,8 mil, concentrando 31,22% do total do País. Juntas, as duas regiões respondem por 75,71% desse total. As demais têm a seguinte distribuição: Centro-Oeste (11,80% ou 199.912 pessoas indígenas), Sudeste (7,28% ou 123.369) e Sul (5,20% ou 88.097).
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No Rio Grande do Sul, conforme o Censo do ano passado, a população indígena totaliza 36.096 habitantes. O número representa 0,33% em comparação aos 10,8 milhões de habitantes do Estado. O município de São Valério do Sul, no Norte, tem o maior número no comparativo com os habitantes totais: 1.237 pessoas da etnia e uma população total de 2.543 habitantes, representando 48,6%.
Em números absolutos, Redentora, no Norte, lidera, com 4.192 indígenas – ou 43% da população. Depois vêm Porto Alegre, com 2.954, e Tenente Portela, com 2.194.
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O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, diz que a investigação do Censo dentro e fora das terras indígenas foi um desafio, já que era a primeira vez que a pergunta de cobertura (“você se considera indígena?”) era aplicada fora dos territórios delimitados. “Para que isso fosse possível, tivemos que mapear essas localidades. Toda a estrutura do IBGE foi mobilizada para fazer um mapeamento que representasse a diversidade territorial. Os povos indígenas estão presentes em áreas urbanas e rurais, em áreas remotas, em favelas, e todos precisam ser recenseados”, conta o pesquisador.
Ele também reforça a importância da análise da população indígena dentro e fora dos territórios delimitados. “É recorte importante não só para os órgãos indigenistas planejarem e executarem as políticas públicas direcionadas a essas terras, mas também porque revela uma demografia específica da população residente nessas áreas. Por isso ela precisa ser investigada e analisada em separado”, observa Damasco.
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