A sociedade é formada por setores bem definidos. Em alguns casos, a mistura deles é positiva e pode representar conquistas significativas. Noutros, porém, são catastróficos os resultados. Um exemplo claro disso é quando política se confunde com religião ou vice-versa. Não faltam situações, sobretudo no Oriente Médio, para mostrar que são dois polos que não devem aproximar-se, sob pena de proporcionar momentos de tensão e, em algumas ocasições, até chegar ao extremismo bélico.
Ainda não é o que se vive no Brasil, muito embora estejamos caminhando para a leviandade dessa mescla, mesmo sendo um estado laico. Não se trata de restringir acesso de religiosos aos cargos políticos, apenas de fazer com que suas crenças não cheguem à gestão pública, porque ela serve a todos os deuses e inclusive aos que não acreditam em nenhum.
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Outra combinação contraindicada é a dos meios de comunicação e da política-partidária. Emissoras de rádio e de televisão, sobremaneira, devem primar pelo trato equânime entre os postulantes a todos os cargos públicos, da mesma forma que durante a gestão daqueles que se sagrarem vencedores na eleição. Ambos os veículos são concessões públicas e, portanto, devem um respeito ainda maior com aqueles que lhe concedem o direito de existir: os cidadãos.
É nessa toada que a Gazeta Grupo de Comunicações realiza, hoje à noite, o primeiro debate entre os prefeituráveis de Santa Cruz do Sul. O evento é um dos ápices do processo democrático, com tratamento igual a todos, com respeito ao público, com fomento ao diálogo propositivo, em que os candidatos mostram seus projetos para o município. A Gazeta, assim, cumpre seu papel como veículo de comunicação, como alguém que apresenta as opções, o que faz com que o público possa fazer sua escolha.
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E não estamos falando de alguém que se aventura a realizar debate. É a história que está gravada nos microfones da Gazeta. História de quem lembra da redemocratização, dos jingles que ficam na memória, do “Lálálá Brizola, o voto no Brizola só pode nos trazer um tempo bem melhor pra se viver”; ou daqueles que vêm “sem medo de ser feliz, quero ver chegar, Lula-lá”; ou quem “bote fé no Velhinho, que o Velhinho é demais, bote fé no Velhinho que ele sabe o que faz” (Ulysses Guimarães); ou dos que colocaram as cores da Bandeira Nacional em evidência, com o “Coooollor, colorir a gente quer de novo”; ou dos que questionam “que homem é este, que não cansa, não desiste” (Paulo Maluf); ou dos que acreditavam que “juntos chegaremos, lá” (Afif Domingos). O histórico da Gazeta em boas e sérias coberturas eleitorais vai além do longínquo 1989, e a atração das 21 horas de hoje foca o presente e o futuro pelo conteúdo dos candidatos, mais do que pelo “lá-lá-lá” do jingle.
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