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NO TRIBUNAL

Em júri, delegado revela que homem foi morto após dizer que queria deixar de traficar

Foto: Alencar da Rosa

Delegado Alessander chefiou a investigação

O ex-pistoleiro da facção Os Manos, Marcelo do Carmo, o Marcelinho, de 38 anos, condenado por muitos homicídios, adicionou mais 17 anos às múltiplas penas que já cumpre em uma cela da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC). Na tarde dessa quinta-feira, 12, em sessão do tribunal do júri, no Fórum de Santa Cruz do Sul, ele confessou ter sido o mandante do assassinato de Valdemar de Camargo, de 37 anos, em 13 de agosto de 2018, no Bairro Santa Vitória.

Seu subordinado e autor da execução a tiros, Anderson dos Santos Ramos, de 28 anos, também confessou o crime e foi condenado a 15 anos de prisão.

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Única testemunha a prestar depoimento, o delegado Alessander Zucuni Garcia detalhou a dinâmica do crime e apresentou fatos até então não revelados sobre a investigação. Três dias antes do assassinato, a Polícia Civil havia recebido informação de um colaborador anônimo, revelando que o grupo liderado por Marcelinho estava guardando armamento e munições para matar um traficante de Santa Cruz do Sul.

Naquele momento, ainda não se sabia quem era. Alessander contou que, no dia do homicídio, a mando de Marcelinho, Anderson foi até a residência de Valdemar em um Fiat Palio. A vítima, que trabalhava no reparo de veículos, estava consertando um carro na rua, por volta das 16 horas, quando entrou em casa. Nesse acesso ao imóvel, ele foi pego por Anderson, que o atingiu com oito tiros de pistola calibre 9 milímetros. Depois, o autor do crime fugiu correndo.

O delegado Alessander detalhou um pouco mais como agia o bando ligado a Marcelinho. “Eles eram matadores de aluguel. Executavam as vítimas que os integrantes da facção solicitavam”, disse ele. Citou ainda outros homicídios investigados que resultaram em indiciamentos e denúncias, e que tiveram os mesmos envolvidos como condenados.

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Entre as novidades sobre o caso, o chefe da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) falou sobre elementos que indicaram no inquérito a motivação do assassinato. O crime teve como pano de fundo o tráfico de drogas e uma discussão entre o mandante e a vítima. “O Valdemar traficava para o Marcelinho, e teria dito que queria deixar de traficar. Por isso foi ameaçado e morto”, disse o delegado.

Em outra linha de apuração, Alessander contou que Valdemar teria parado de comercializar entorpecentes para Marcelinho. Porém, depois de um curto tempo, ele passou a vender drogas para outro chefe do tráfico. Isso teria provocado a ira do pistoleiro. Em uma dessas desavenças, um outro subordinado do chefe, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Xaian, teria levado um celular até a casa de Valdemar.

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Na linha estava Marcelinho, ligando de dentro do presídio. Nessa conversa, ambos teriam trocado xingamentos, em mais um momento tenso pouco tempo antes do assassinato. Ainda em outra evidência apurada pela polícia, Anderson Ramos teria dito a uma testemunha, pouco antes do crime, que iria matar o “Fióti”, como Valdemar era conhecido. Imagens de câmeras mostrando parte da dinâmica também foram juntadas nos autos.

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